O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) foi o primeiro parlamentar a protocolar pedido de impeachment tão logo foi divulgada, no site do jornal O Globo, a informação de que Temer deu aval à compra do silêncio do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso e condenado a 15 anos e quatro meses de prisão na Operação Lava Jato. Pouco depois, juntando-se aos manifestantes que pediam neste quarta-feira (18) a renúncia do peemedebista em frente ao Palácio do Planalto, o parlamentar resumiu em uma frase o tamanho do estrago político produzido pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS-Friboi e delatores do petrolão, que também que disseram que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi gravado pedindo R$ 2 milhões ao grupo. Temer foi igualmente gravado, segundo os investigados.
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“O governo acabou”, declarou Molon, em declaração ao Congresso em Foco em frente à sede do governo federal.
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“Cabe agora ao Congresso, se ele [Temer] não tiver um mínimo de dignidade de renunciar – que acho que não tem –, que o Congresso o casse imediatamente”, acrescentou o deputado.
Para Molon, seu pedido de impeachment está fundamentado com base na Lei do Impeachment, e aponta comportamento incompatível de Temer no exercício do mandato. “Um presidente que pede que um empresário continue dando dinheiro para que um criminoso permaneça calado incorre em obstrução de justiça. Com um Congresso que está sob suspeita, é inaceitável que alguém cogite eleições indiretas. Vamos às ruas mostrar a força do povo pelas #DiretasJá!”, escreveu o parlamentar em seu perfil no Facebook, conclamando seus seguidores a assinar uma petição eletrônica do grupo Avaaz.
Molon foi beneficiado pela sorte. Como este site mostrou mais cedo, ele será responsável por presidir, no plenário da Câmara, uma homenagem à Defensoria Pública que, diante dos fatos, vai se converter em ato contra Temer. O deputado fluminense foi o responsável pela aprovação do requerimento de sessão solene e já avisou que vai exigir transmissão da TV Câmara, como é praxe em reuniões plenárias do gênero.