Reportagem de capa da revista Época deste fim de semana afirma que o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na última quarta-feira (19), contou a amigos que o apoio do PMDB à reeleição de Dilma Rousseff custou R$ 40 milhões. Segundo a matéria, Cunha atuava como tesoureiro informal do partido e recebeu aval de lideranças petistas e peemedebistas para cobrar repasses de grandes fornecedoras da Petrobras, como as empreiteiras OAS e Odebrecht.
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O dinheiro, conforme o relato de Época, era repassado ao PMDB para financiar a eleição de políticos em todo o país. “Empresários doavam a uma conta nacional, mesmo que quisessem repassar o dinheiro a um candidato específico. A confusão era certa. Não era fácil identificar qual doação pertencia a qual candidato – às vezes, mais de um candidato”, afirma trecho da reportagem. Cabia, então, a ele resolver os problemas.
Segundo a revista, o acordo foi fechado no primeiro semestre de 2014 pelo então ministro Aloizio Mercadante, homem de confiança de Dilma, e pelo senador Valdir Raupp, que presidia o PMDB. “Pelo acordo, o PT usaria seu crédito junto aos grandes empresários – sobretudo empreiteiros do petrolão – para garantir que o PMDB recebesse os R$ 40 milhões. Em troca, o PMDB apoiaria, e não somente por esse motivo, a chapa de Dilma e Temer.”
PublicidadeAnotações
De acordo, Cunha guardava documentos e anotava todos os detalhes, inclusive valores e destinatários das doações, legais e ilegais, da campanha, além de datas e locais de encontros com empresários, lobistas e políticos. “Nos últimos meses, conforme a perspectiva de que fosse preso tornava-se cada vez mais próxima, Cunha, percebendo-se sem saída, reuniu os documentos e organizou as anotações. Passava os dias – e as madrugadas – consultando os arquivos, em papel e no computador, e a memória. Criou pastas para cada alvo. Preparava-se para tentar, no momento certo, uma delação premiada”, afirma Época.
Parte do material serviria para o livro que Cunha estava escrevendo sobre os bastidores do impeachment de Dilma. Já a parte das ilegalidades ficariam guardadas para uma eventual delação, conforme a reportagem. Os advogados de Cunha negam que ele tenha interesse em fazer uma delação premiada.
Investigações da Operação Lava Jato indicam que recursos do chamado petrolão abasteceu a campanha de Dilma e Temer. Por esse motivo, o presidente tenta separar suas contas de sua ex-companheira no processo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pede a cassação da chapa. Até o momento, não há definição do TSE sobre o desmembramento dos casos.
Veja a íntegra da reportagem da revista Época
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