Mário Coelho
Antonio Palocci entregou no fim da tarde desta terça-feira (7) sua carta de demissão do Ministério da Casa Civil à presidenta Dilma Rousseff. Em nota distribuída à imprensa, ele afirmou que, por conta do “embate político”, seu caso poderia prejudicar o governo. A crise envolvendo o petista começou com a revelação de que seu patrimônio aumentou 20 vezes nos quatro anos em que passou na Câmara como deputado. Durante o período, ele manteve uma empresa de consultoria, a Projeto.
Na nota entregue a Dilma, o agora ex-ministro disse que preferiu pedir demissão por conta da possibilidade de a atuação da oposição prejudicar suas atribuições no governo. Palocci era o principal articulador político do Executivo, além de concentrar as nomeações de segundo escalão. Para seu lugar, a mais cotada é a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR). Caso seja confirmada a petista no cargo, a Casa Civil terá um perfil mais técnico, faltando ao governo um novo articulador político. Assim, crescem as informações de que também será substituído o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, responsável pela articulação política. Ele, porém, não deverá sair agora.
“O ministro considera que a robusta manifestação do Procurador Geral da República confirma a legalidade e a retidão de suas atividades profissionais no período recente, bem como a inexistência de qualquer fundamento, ainda que mínimo, nas alegações apresentadas sobre sua conduta. Considera, entretanto, que a continuidade do embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo. Diante disso, preferiu solicitar seu afastamento”, disse a nota, distribuída pela assessoria de Palocci.
Durante todo o dia, o assunto Palocci dominou as conversas na Câmara. Pela manhã, o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS) sugeriu que fosse feita uma nova votação para convocar o então ministro a depor sobre seu crescimento patrimonial. Depois, à tarde, começou a ser construída uma proposta para que ele fosse convidado. Além disso, a oposição apresentou novos requerimentos na Procuradoria Geral da República (PGR) pedindo investigação contra o ex-ministro.
Leia a íntegra da nota:
“O ministro Antonio Palocci entregou, nesta tarde, carta à presidenta Dilma Rousseff solicitando o seu afastamento do governo.
O ministro considera que a robusta manifestação do Procurador Geral da República confirma a legalidade e a retidão de suas atividades profissionais no período recente, bem como a inexistência de qualquer fundamento, ainda que mínimo, nas alegações apresentadas sobre sua conduta.
Considera, entretanto, que a continuidade do embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo. Diante disso, preferiu solicitar seu afastamento.“
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