A vereadora Liana Cirne Lins (PT), do Recife, foi agredida por um policial militar durante ato em defesa do impeachment do presidente Jair Bolsonaro, na capital pernambucana. A petista protestava, em frente a uma viatura, contra o uso de bombas de efeito moral e spray por policiais para dispersar manifestantes. Liana se apresentou com uma carteira da Câmara Municipal. Um policial que estava dentro do veículo disparou gás de pimenta no rosto da vereadora, que caiu no chão (veja no vídeo acima).
O episódio ocorreu na ponte Duarte Coelho, que dá acesso ao Palácio Campo das Princesas, sede do governo estadual. Houve confronto entre manifestantes e policiais em outras áreas da cidade, onde foram disparadas bombas de efeito moral e balas de borracha contra os participantes do ato.
Doutora em Direito, Liana é professora da Universidade Federal de Pernambuco e está em seu primeiro mandato. Depois de procurar uma unidade de pronto-atendimento (UPA), a vereadora publicou nas redes sociais que não se arrepende do seu gesto.
O ato, que começou na Praça do Derby, no centro da cidade, era pacífico até o desentendimento entre um manifestante e um policial na Duarte Coelho. Ele foi detido. Houve bate-boca entre policiais e outros manifestantes. Foi quando policiais lançaram mão de artefatos. Um fotógrafo que cobria os protestos relatou ao Congresso em Foco que viu ao menos duas pessoas feridas, uma delas foi atingida no olho.
Os protestos em Recife já haviam começado esvaziados após orientação do Ministério Público para que os manifestantes evitassem as ruas por causa da pandemia. Por esse motivo, o PT, partido de Liana, desaconselhou seus militantes a participarem do protesto.
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), repudiou a repressão policial e determinou a abertura de investigação para apurar responsabilidades. Câmara disse que é um democrata e não compactua com esse tipo de violência.
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