Em uma conversa privada com o senador Kajuru (Cidadania-GO), o presidente Jair Bolsonaro chamou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) de “bosta” e disse que sairia na porrada com ele. Randolfe reagiu e disse que a violência costuma ser “uma saída para os covardes que têm muito a esconder”.
Essa não é a primeira vez que Randolfe e Bolsonaro se desentendem. Em 2013, em visita promovida pelas comissões da verdade do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e da Ordem dos Advogados do Brasil, o senador acusou o então deputado do PP de dar um soco em sua barriga. O caso foi parar no Conselho de Ética da Câmara que, por unanimidade, inocentou Bolsonaro.
Na época, Randolfe alegou que Bolsonaro ficou irritado ao ser impedido de participar da visita por não fazer parte da comissão. Ele negou a agressão.
Já nesta segunda-feira (12), quando os senadores Flávio Arns (Podemos-PR) e Chico Rodrigues (DEM-RR) assinaram o pedido de CPI, que conta agora com o apoio de 34 senadores, Randolfe citou 14 razões para Bolsonaro temer a comissão, entre elas a inação do governo federal na compra de vacinas da Pfizer, apesar da oferta da empresa.
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Do que Bolsonaro tem medo? A CPI da COVID, afinal, só quer apurar, dentre outras coisas em relação à pandemia:
Publicidade1. O atraso na compra de vacinas da Pfizer.
2. Falha grosseira na aquisição de seringas, insumos, equipamentos e na estruturação do Sistema de Saúde.
— Randolfe Rodrigues 🇧🇷💉🥖 (@randolfeap) April 12, 2021
A CPI deve ser instalada nesta terça-feira (13) pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), após decisão do STF na semana passada. Nas últimas horas, o governo vem articulando para tentar melar a comissão.
Além da ligação de Bolsonaro para Kajuru pedindo andamento de um processo de impeachment de ministros do STF, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), com apoio do Palácio do Planalto, está coletando assinaturas para a criação de uma CPI da Covid com escopo mais amplo que a proposta de Randolfe.
Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) representou contra Kajuru no Conselho de Ética e o senador Roberto Rocha (PSDB-MA) tornou público um pedido de instauração de CPMI para investigar má gestão de recursos financeiros da União transferidos para os estados, o Distrito Federal e os municípios durante a pandemia.
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