Em vídeo enviado a colegas no Senado, Chico Rodrigues (DEM-RR), apela para que não o condenem de imediato e afirma ter sido humilhado e ridicularizado. “Permitam-me ao menos me explicar. Não me condenem previamente”, pede. Em operação de busca e apreensão em sua residência em Boa Vista (RR), o senador foi flagrado pela Polícia Federal escondendo R$ 33 mil na cueca.
“Por trás desse broche de senador, há um ser humano”, diz ele aos colegas. Com a voz embargada, o senador afirma que não conseguiu falar antes porque estava “sem forças”. “E ainda estou sem muitas forças. Fui massacrado pelo meu silêncio, fui ridicularizado, fui humilhado.”
Ele diz também que “nunca tinha sido acordado pela polícia” e que foi surpreendido em meio a pessoas estranhas em seu quarto. “Num ato de impulso, protegi o dinheiro do pagamento das pessoas que trabalham comigo. Se levassem esse dinheiro, ninguém iria receber nessa semana”, justifica. O senador tem afirmado que o dinheiro encontrado em sua cueca era destinado ao pagamento de funcionários.
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Entenda o caso
Ex-vice-líder do governo, o senador Chico Rodrigues é suspeito de fraude e indevida dispensa de licitações, de peculato e de integrar organização criminosa voltada ao desvio de recursos federais destinados ao combate da pandemia de covid-19 em Roraima. A operação, intitulada Desvid-19, foi realizada em conjunto pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
PublicidadeO inquérito corre em segredo de justiça. O caso acabou levando o ministro Luís Roberto Barroso a determinar o afastamento do senador por 90 dias, medida que seria analisada pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira (21).
No entanto, com o pedido de licença por 121 dias apresentado pelo senador nesta terça (20), Barroso tirou de pauta a análise da decisão pelo plenário da corte. Durante a licença do senador, quem assume é seu filho Pedro Rodrigues (DEM-RR).
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