Em protesto realizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília, neste 1º de maio, profissionais da saúde foram alvo de ataques por parte de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
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“Vocês não vão destruir essa nação”, disse um dos homens de verde e amarelo, chamando os profissionais de “analfabetos funcionais” e “esquerdopatas”. “Nós vamos varrer os comunistas desta nação”, continuou ele. No vídeo, é possível ouvir pessoas pedindo para que os profissionais não reagissem às agressões.
Vestidos de jalecos e máscaras e empunhando cruzes, enfermeiros e técnicos da área de saúde protestavam de forma silenciosa . Uma faixa estendida pedia para as pessoas ficarem em casa, reforçando as medidas de isolamento social.
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“O ato queria chamar atenção para a enfermagem nacional e tinha três objetivos centrais: defender o isolamento social com base científica, homenagear os trabalhadores da enfermagem de todo o Brasil que morreram lutando contra a Covid-19 e mostrar a importância da categoria”, informou o Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal em nota (íntegra abaixo).
Apoiadores do presidente se aproximaram dos profissionais, xingando-os. O protesto foi encerrado após o episódio.
Veja o vídeo:
“Quando a gente sente o cheiro de quem não passou perfume a gente entende o tipo de pessoa que você é!”, disse uma das mulheres a uma profissional de saúde. Ela alegou que tem filhos médicos e enfermeiros e disse que eles “não estragam a nação”.
Leia a nota divulgada pelo Sindicato dos Enfermeiros do DF:
NOTA DE REPÚDIO AS AGRESSÕES SOFRIDAS PELAS ENFERMEIRAS DURANTE A MANIFESTAÇÃO EM PROL DA ENFERMAGEM NACIONAL, NA PRAÇA DOS TRÊS PODERES
O Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal vem por meio dessa nota repudiar agressões físicas e verbais que apoiadores do Presidente da República cometeram contra enfermeiras na manhã desta sexta-feira, dia 1º de maio, que participavam de um ato na Praça dos Três Poderes.
O ato tinha como objetivo chamar a atenção para a enfermagem nacional. O protesto tinha três objetivos centrais: defender o isolamento social com base científica, homenagear os trabalhadores da enfermagem de todo o Brasil que morreram lutando contra a Covid-19 e mostrar a importância da categoria.
O Ato foi uma iniciativa da categoria, apoiada pelo Sindenfermeiro, uma vez que os diretores da entidade são enfermeiros e também estão na linha de frente. A organização se seu a partir dos próprios trabalhadores da enfermagem que estão na linha de frente contra o novo coronavírus.
As atitudes tomadas pelos apoiadores do governo vão ao encontro de ideologias fascistas e antidemocráticas. Infelizmente, são embasadas pelas atitudes do Presidente da República que diversas vezes debocha das consequências da pandemia, desconsidera todas as recomendações e diretrizes sobre a importância do isolamento social ao combate do novo coronavírus.
Hoje, no Brasil, são mais de 2,3 milhões de profissionais de Enfermagem, que estão na luta contra a Covid-19. Por isso, em respeito à vida da maioria da população e pensando na segurança dos milhares trabalhadores da saúde que superam o medo para salvar vidas, o SindEnfermeiro repudia, veementemente, as atitudes fascistas e antidemocráticas do grupo pró-governo, e ressalta a importância de a população seguir as recomendações da comunidade científica mundial de isolamento social.
O sindicato se orgulha das enfermeiras que resistiram às provocações do grupo bolsonarista. A enfermagem é feita de luta. O SindEnfermeiro reitera seu compromisso pela defesa das enfermeiras e enfermeiros, do Sistema Único de Saúde público e universal e da democracia acima de tudo e de todos.
E por fim, relembra #LuteComoUmaEnfermeira !
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