Renata Vilela*
O governo federal poderia ter utilizado a Dataprev e o Serpro para organizar a ordem de prioridades da fila de vacinação contra o covid-19 e agilizar a imunização da população. É o que afirma funcionário da Dataprev.
“Utilizando dados do Sistema Nacional de Informações de Registro Civil, onde são assentados os falecimentos, e usando o Código Brasileiro de Ocupação, nós teríamos condições de identificar quais categorias de trabalhadores são mais suscetíveis à covid-19. Não restam dúvidas de que os profissionais de saúde da linha de frente são prioritários. No entanto, para priorizar as demais categorias, poderiam ser considerados estes dados”, afirma o especialista.
O profissional afirma que as ferramentas também poderiam identificar as regiões com taxas de infecção e de mortalidade mais críticas, utilizando os endereços dos cidadão. Esse tipo de conhecimento poderia ser utilizado em uma política de rastreio, que poderia mitigar a contaminação da doença e ajudar no combate à pandemia.
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No mesmo sentido, esses dados poderiam orientar ainda a distribuição das vacinas, a definição de grupos prioritários e de regiões onde ações do Estado são mais urgentes. As políticas públicas desenvolvidas pelo Sistema Nacional de Imunização poderiam ser ainda mais eficientes com a Dataprev e o Serpro auxiliando o DataSUS.
Critérios técnicos evitariam as “carteiradas”
A utilização de critérios técnicos transparentes poderia evitar as famosas “carteiradas”, quando cidadãos usam os cargos que ocupam para furara a fila da vacinação. Conforme afirma o profissional, “quanto mais bagunçado o cenário das vacinações, maiores as chances de privilegiar pessoas indevidamente”.
Por isso, segundo o técnico, a utilização de empresas públicas que possuem bancos de dados com informações de todos os brasileiros poderia garantir uma eficiência maior às políticas públicas e um resultado menos trágico para a população.
“A prioridade deveria ser a defesa de critérios técnicos e fundamentados para orientar o Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde”, conclui o especialista.
*Renata Vilela, especial para a campanha Salve Seus Dados
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