Nem só de ataques à empresas sobrevivem os grupos hackers. Ao contrário, investidas contra órgãos de Estado de diversos países têm sido constantes nos últimos anos. No Brasil, recentemente sistemas do Ministério da Saúde foram alvo de criminosos digitais, mas este não foi o primeiro problema do tipo.
Contudo, nenhuma situação vivida no Brasil se compara à situação da Costa Rica neste momento. O país vem sofrendo uma série de ataques cibernéticos contra diversas instituições desde abril, e, conforme informa matéria do UOL, o país declarou Estado de Emergência Nacional no mês de maio.
Até agora, quase 30 órgãos federais que impactam a vida de 5 milhões de cidadãos foram invadidos por um grupo de hackers que pede 15 milhões de dólares como resgate. Integrantes do governo e funcionários do País relatam uma série de problemas na arrecadação de impostos, no pagamento de servidores e no acesso a serviços. Mais recentemente, os hackers sequestraram o sistema de saúde pública, tumultuando a agenda de procedimentos médicos.
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“O caos instaurado na Costa Rica deve servir de exemplo a outros países, inclusive ao Brasil. Atualmente as duas maiores empresas de tecnologia da informação – Dataprev e Serpro – estão cotadas para serem privatizadas, colocando em risco a segurança dos dados dos cidadãos, das empresas e do próprio Estado”, afirma um especialista no tema que trabalha na Dataprev.
Caso a Dataprev e o Serpro sejam privatizados, o Brasil pode vir a sofrer problemas parecidos com os que o país da América Central vem enfrentando, já que juntas, as duas empresas fornecem mais de 5 mil serviços ao País e aos cidadãos. “Sem a Dataprev e o Serpro o Brasil para: o pagamento dos aposentados deixa de ser feito, os impostos deixam de ser arrecadados, importações travam, contratos deixam de ser assinados, entre muitos outros problemas que ocorrerão de pronto e depois influenciarão outros”, alerta um funcionário do Serpro.
A situação da Costa Rica mostra que a segurança dos dados é cada vez mais importante para a soberania nacional. Em sua nota técnica recomendando a não privatização do Serpro, o Ministério Público Federal trouxe essa informação. Porém, ao analisar a situação da Costa Rica é possível observar que na prática, a perda do acesso aos dados públicos é ainda pior do que os cenários imaginados.
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