O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse à Folha de S. Paulo que a Polícia Militar do Distrito Federal sabia que aconteceriam os ataques com fogos de artifício contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e nada fez para impedi-los. Esse foi o motivo da demissão do subcomandante da PMDF, Sérgio Luiz Ferreira de Souza.
Na mesma entrevista, após ser questionado sobre o motivo de o presidente Jair Bolsonaro não ter sido multado por não ter usado máscara durante manifestações, assim como aconteceu com o ministro Abraham Weintraub, o governador tomou o gravador das mãos da repórter da Folha de S. Paulo e tentou apagar a entrevista. Pouco depois, ele voltou, pediu desculpas e retomou a entrevista.
Segundo Ibaneis, a PM soube que o grupo 300 do Brasil estava com armamentos e “outros tipos de munições” para atacar o STF e ainda assim não agiu para impedir. “Tivemos as informações de que no tal acampamento dos 300 estava sendo preparado com armamentos, com outros tipos de munições, um ataque a instituições da República, como de fato ocorreu no sábado no Supremo. Por isso, o fechamento. O que estava se colocando ali era um ataque muito claro aos Poderes da República, em especial ao STF, por isso a decisão de fechamento”, afirmou em entrevista ao jornal.
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“Acho [que houve inação da PM], tanto que exonerei o subcomandante. Porque se ele já tinha informações de que iria acontecer aquilo, eles deveriam ter proibido que esses meliantes estivessem lá. No momento da desmobilização do acampamento, ele sabia que isso ia acontecer. Por isso o subcomandante foi exonerado” disse Ibaneis.
Questionado sobre as manifestações com pedidos antidemocráticos como a volta da ditadura militar e o fechamento dos poderes, Ibaneis falou que essas manifestações poderão seguir acontecendo no DF. “Olha, se tiver aviso, e as manifestações ocorrerem como vinham ocorrendo, com pequenos focos de inconstitucionalidade, elas poderão acontecer. Se tiver um forte indício de que não serão manifestações democráticas, a Esplanada ficará fechada”, disse para a Folha de S. Paulo.