Diante do aumento do número de casos da covid-19 em países sul-americanos, a Organização Mundial da Saúde (OMS), identificou a região como o “novo epicentro da doença”. Em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (22), a organização também afirmou que, atualmente, o Brasil é um dos países mais afetados pelo coronavírus.
“De certa forma, a América do Sul se tornou um novo epicentro para a doença, vimos muitos países sul-americanos com aumento do número de casos e, claramente, há preocupação em muitos desses países. Mas certamente o mais afetado é o Brasil neste momento”, disse Michael Ryan, diretor executivo do Programa de Emergências em Saúde, da OMS.
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Conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde, nesta quinta (21), o Brasil já registrou 20.047 óbitos e 310.087 casos confirmados de covid-19. O diretor executivo chamou atenção para a incidência do coronavírus no Amazonas e nas regiões de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. “Em termos de ‘taxas de ataque’, as mais altas estão, na verdade, no Amazonas. Cerca de 490 pessoas infectadas por 100 mil habitantes, que é uma taxa de ataque bem alta”, explicou.
De acordo com informações atualizadas ontem, o estado do Amazonas possui 25.367 casos confirmados e 1.620 mortes causadas pela doença.
Durante a coletiva, Michael Ryan também comentou as novas medidas tomadas pelo governo brasileiro quanto ao uso do medicamento Hidroxicloroquina para o tratamento da covid-19 e reforçou a falta de comprovações clínicas quanto a eficácia dele. “Ressaltamos que nossas revisões clínicas sistemáticas atuais, realizadas pela Organização Pan-Americana de Saúde, e a evidência clínica atual não apoiam o uso generalizado de Hidroxicloroquina para o tratamento da covid-19. Não até que ensaios sejam concluídos e nós tenhamos resultados claros”, esclareceu o diretor.