Um dos vice-líderes do governo na Câmara, o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) informou que foi diagnosticado com covid-19. Em declaração feita pelo Twitter no domingo (7), Daniel disse que não participaria dos atos em defesa do presidente Jair Bolsonaro para não transmitir a doença para outras pessoas. O deputado, que ficou conhecido durante a campanha eleitoral ao quebrar uma placa com o nome da ex-vereadora Marielle Franco, declarou em maio que o coronavírus “idiotiza” as pessoas.
“As pessoas não estão mais doentes. As pessoas não adoecem com o coronavírus, na verdade, ele idiotiza. O poder do coronavírus é idiotizar as pessoas”, afirmou na ocasião. Ao justificar por que não compareceria aos protestos do último domingo, o deputado alegou, ainda, que estava seguindo a “orientação do líder Jair Bolsonaro”. A gravação foi feita após o deputado ser repreendido em um supermercado por não estar usando máscara.
Investigado no inquérito das fake news que corre no Supremo Tribunal Federal (STF), Daniel disse que está assintomático e que, por isso, não usa cloroquina no tratamento. O remédio, que não tem comprovação científica para o combate à doença, é defendido por Bolsonaro e foi pivô da saída dos ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich do Ministério da Saúde.
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Policial militar, o deputado tem histórico de confusões. No último domingo de maio, ele ameaçou matar manifestantes que saíram às ruas para defender a democracia e protestar contra Bolsonaro.
Em gravação feita de seu carro, no Rio, Daniel Silveira usou vários palavrões e fez gesto obsceno com o dedo do meio da mão. Ele disse que poderia descarregar sua arma contra os manifestantes.
“Um dia vão pegar um PM zangado na multidão que vai dar no meio da caixa do peito. No primeiro que cair, aí vão chamar a gente de truculento. O caralho, tudo filho da puta, medroso e covarde”, atacou. “Quem sabe não seja eu o sortudo que me peguem na rua num dia muito ruim, que eu descarrego a arma em cima de um filho da puta como esse que tentar me agredir. Vou ter me defender, não vai ter jeito. Não adianta falar que foi homicídio. Foi legítima defesa”, disse.
Em novembro, após o Supremo decidir pela inconstitucionalidade da prisão em segunda instância, o deputado publicou em sua conta no Twitter que, “se precisar de um cabo”, poderiam contar com ele. A publicação é uma clara referência à declaração de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República, de que para fechar o STF bastaria um cabo e um soldado.
PublicidadeEm dezembro a Justiça mandou o deputado tirar das suas redes sociais um dos vídeos que publicou após discutir com uma militante do Psol na faculdade em que estuda Direito no Rio de Janeiro. A decisão se refere ao vídeo em que o parlamentar reforça as críticas ao Psol e à militante, mas também expõe a identidade do ex-marido dela, acusando-o sem provas de bater na mulher. Ela entrou com ação contra o parlamentar na Justiça.
Em outubro, depois de se envolver em um bate-boca com o jornalista Guga Noblat na Câmara, o deputado jogou no chão o celular do repórter. Veja no vídeo:
Além de ser bom em quebrar placas e invadir escolas de 2o grau, deputado Daniel Silveira tb sabe quebrar celulares. Quebrou a parte de trás do meu agorinha. Recebi vídeo com o tapa em um ângulo que deixa claro o tamanho do desequilíbrio desse deputado. pic.twitter.com/uOk8fUAfpb
— GugaNoblat (@GugaNoblat) October 17, 2019
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