Um estudo publicado nesta sexta-feira (22), na revista médica The Lancet, aponta que o uso de hidroxicloroquina e da cloroquina não apresenta resultados satisfatórios no combate ao novo coronavírus. O documento indica ainda, que os medicamentos potencializam as chances de morte por complicações cardíacas em paciente infectados.
“Não foi possível confirmar um benefício da hidroxicloroquina ou cloroquina, quando usado sozinho ou com um macrólido, com resultados hospitalares para a covid-19. Cada um desses regimes de drogas foi associado à diminuição de sobrevida hospitalar e ao aumento da frequência de arritmias ventriculares quando utilizado no tratamento de covid-19”, diz o relatório.
Na quarta-feira (20), o Ministério da Saúde divulgou um documento em que estabelece novos critérios para uso da cloroquina no tratamento do novo coronavírus. As recomendações permitem o uso dos medicamentos já nos primeiros dias após a manifestação de sintomas. As normas anteriores liberavam a droga apenas para os casos mais graves da doença.
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Em um primeiro momento, a pasta que está sendo comanda interinamente pelo general Eduardo Pazuello, divulgou o documento sem assinatura dos responsáveis pela recomendação. Mais tarde, o Ministério adicionou o nome dos responsáveis.
Nesta quinta-feira (21), a bancada do PT no Senado entrou com uma representação junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), questionando o novo protocolo. Outro parlamentar que articulou movimento similar foi o senador e ex-ministro da Saúde José Serra (PSDB-SP), que também apresentou um projeto de decreto legislativo para sustar o novo protocolo, enquanto não houver estudos científicos que comprovem sua eficácia.
Desde a saída de Nelson Teich do comando da pasta na última sexta-feira (15), Pazuello assumiu o controle do ministério. No início da semana, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o general ficaria por “muito tempo” na pasta.
PublicidadeNesta sexta-feira (22), o ministério da Saúde confirmou, por meio de sua assessoria, que Pazuello convidou Teich para ser o novo conselheiro da pasta. Mas não deu detalhes, porém, sobre se essa função é permanente, se é ligada diretamente ao combate da covid-19, quais os termos dessa parceria, tampouco se o ex-ministro aceitou a função e quando iniciaria este trabalho conjunto.