O Palácio do Planalto excluiu o jornal Folha de S.Paulo da cobertura do jantar entre os presidentes Jair Bolsonaro (sem partido) e Donald Trump. O encontro acontece neste sábado (7), na Flórida, nos Estados Unidos. A Folha tem sido um dos principais alvos do presidente na imprensa.
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Em janeiro deste ano, por exemplo, após o jornal revelar que Fabio Wajngarten, chefe da Secretaria de Comunicação do governo federal, é sócio em uma empresa que prestava serviços para emissoras onde o governo veicula anúncios, o presidente disse que o jornal é “péssima imprensa”, “não tem credibilidade” e “é um lixo”.
Segundo informações da própria Folha, 15 jornalistas brasileiros foram selecionados pelo Planalto para a cobertura do evento, que vai acontecer em um resort de Donald Trump perto de Miami.
Entre os veículos escolhidos pela equipe de Bolsonaro estão as emissoras de TV Globo, Record, Band e SBT, as agências de notícia Bloomberg e Reuters, a rádio Jovem Pan, os portais BBC Brasil e Metrópoles, os jornais O Globo e O Estado de S. Paulo e a EBC, empresa de comunicação do governo federal.
Dos veículos brasileiros que possuem correspondentes nos EUA, somente a Folha, diário brasileiro de maior tiragem e circulação, ficou de fora do grupo. O jornal emitiu uma nota para comentar o caso.
Publicidade“A Presidência mais uma vez discrimina a Folha, o que já se tornou um método de perseguição. O jornal continuará cobrindo esta administração de acordo com os padrões do jornalismo crítico e apartidário que o caracteriza e que praticou em relação a todos os governos.”
O Congresso em Foco procurou a Secretaria de Comunicação do governo, mas não obteve resposta antes da publicação deste texto.
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