O ex-presidente Lula afirmou que parte das críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à imprensa é “correta”. “Acho que tem crítica que ele faz que é correta. Dê a ele o mesmo direito que dá aos outros, direito de falar, abra para ele falar”, disse em entrevista ao Uol.
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“Na greve dos jornalistas de 1979, os donos de jornais descobriram que não precisavam tanto de jornalistas, que poderiam fazer jornalismo sem precisar do jornalista. Agora, o Bolsonaro está provando que é possível fazer notícia sem precisar dos jornais, da televisão. Ele faz por ele mesmo. Aliás, o Trump já fez escola”, completou.
Lula, no entanto, não considera correto um presidente da República se comunicar pelo Twitter e afirma que Bolsonaro tem “tem a obrigação de prestar contas à democracia, atendendo a imprensa”.
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“Não aquele cafezinho formal, em que tem um general como porta-voz, que é tudo quase militarizado. Mais do que no tempo dos militares. Marca uma entrevista livre com a imprensa e deixa a imprensa perguntar!”, comentou.
O ex-presidente acredita que a imprensa tem que dar uma informação correta, mas não “inventar uma mentira”. “Quando a imprensa mente, ela não está desrespeitando o atingido, ela está desrespeitando o eleitor, o telespectador, o ouvinte, que merece respeito”, disse.
Evangélicos e PT
Lula também comentou a relação do Partido dos Trabalhadores com os evangélicos. Segundo o ex-presidente, o PT “tem muita gente evangélica”, entre eles a deputada Benedita da Silva (PT-RJ), o ex-senador Walter Pinheiro e a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que agora está na Rede.
O petista afirma que o Estado é laico, mas que o PT precisa entender que os evangélicos estão nas periferias, oferecendo aos mais pobres uma saída espiritual, que mistura a fé, com a economia.
“As pessoas estão ilhadas na periferia, sem receber a figura do Estado. E recebem quem? De um lado, o traficante que está na periferia. De outro lado, a Igreja Evangélica, a Igreja Católica, que também tem uma atuação forte ainda”, explica.
Lula afirma que assistiu muitos cultos durante seu período preso. “Essa fé, do povo brasileiro, é muito grande e nós temos que respeitar. E ao invés de sermos do contra, temos que saber como é que a gente lida com esse novo modo de pensar do povo brasileiro. Inclusive de pensar a religião”, comenta.
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