Em vídeo divulgado nesta terça-feira (30), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu a liberdade de imprensa e o sigilo da fonte. As imagens foram gravadas para serem divulgadas em ato de apoio ao site The Intercept e ao seu editor, o jornalista Glenn Greenwald, que vêm publicando diálogos entre integrantes da força-tarefa da Lava Jato e o ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz Sergio Moro.
A manifestação de Maia contraria as declarações do presidente Jair Bolsonaro, que defendeu no último fim de semana que o jornalista norte-americano entre em “cana” no Brasil. O presidente da Câmara criticou e chamou de criminosa a ação de hackers que invadiram o aplicativo Telegram de autoridades, mas reconheceu que o profissional de imprensa pode divulgar as informações, conforme lhe garante a Constituição.
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Na semana passada, uma operação da Polícia Federal prendeu acusados de invadir os celulares de magistrados, integrantes do Ministério Público e políticos. Um deles confessou ter pratico o crime. “No país, no nosso Brasil democrático, no nosso estado democrático de direito, o sigilo da fonte é um direito constitucional. A partir daí, temos que discutir, de fato, um hacker que pegou de forma ilegal, ilícita, criminosa, dados de terceiros. Precisa ser punido. Investigado, descoberto, e aí sim, punido”.
Maia ressaltou que tanto o hacker quanto o agente público que vaza informações sigilosas cometem um crime. “Todos os dois estão cometendo atos ilícitos. Um agente público entregou uma informação sigilosa a um meio de comunicação. Esse meio de comunicação deu divulgação. Ele está protegido pelo sigilo. Um hacker, um criminoso, extraiu informações de um cidadão. Passou para a sua fonte. Ela pegou essas informações e jogou na sociedade”. O presidente da Câmara afirmou, ainda, que o sigilo da fonte é direito democrático. “Não é a favor do Glenn, mas é a favor da nossa liberdade de expressão.”
Veja o vídeo abaixo:
Publicidade> Juiz prorroga prisão de acusados de hackear celulares de autoridades