O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, não compareceu à audiência que estava marcada para hoje (4) na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, da Câmara dos Deputados. A oposição já especulava que Salles pudesse faltar ao compromisso e já havia deixado preparado um requerimento de convocação como contra-ataque, caso a suspeita se confirmasse, como adiantou o Congresso em Foco.
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A audiência que estava marcada para às 9h30 seria uma oportunidade para o que o ministro explicasse a política ambiental do Ministério do Meio Ambiente. O requerimento que solicitou a presença do ministro originalmente previa a convocação de Salles, ou seja, ele seria obrigado a comparecer ao compromisso, caso contrário, poderia ser enquadrado na Lei de Responsabilidade e, com isso, ser afastado definitivamente no cargo. Mas, por um pedido da sua assessoria, o requerimento foi mudado para convite para encaixar em um dia em que o ministro poderia comparecer.
Integrantes da Comissão de Meio Ambiente ouvidos pela reportagem, mas que não quiseram ser identificados, haviam afirmado que era grande a suspeita de que o ministro poderia não comparecer à sessão. Salles teria tentado cancelar sua ida ainda nesta semana, o que foi negado pelos parlamentares.
A convocação do ministro será votada na Comissão de Meio ambiente agora, às 10h, e deve ser aprovada sem maiores embates. A principal aposta do relator do requerimento, deputado Chico D’angelo (PDT-RJ), é de que Salles tenha que comparecer na Câmara já na semana que vem.
O requerimento relembra que a “devastação ilegal atingiu uma média de 52 hectares da floresta por dia, desde agosto do ano passado, mas dados registrados pelo governo Bolsonaro são ainda mais preocupantes”.
PublicidadeEspecialistas apontam que o desmatamento é uma possível causa dos incêndios que tiveram aumento preocupante neste ano. Segundo dados recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Amazônia teve 46.825 queimadas até agosto deste ano. Esse foi o maior número de queimadas registradas desde 2010, quando foram registradas 58.476.
São esses dados e a explicação do que tem feito para combater esta realidade que Salles deverá explicar.
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