As manifestações antidemocráticas do Sete de Setembro tiveram origem numa convocação feita pelo próprio presidente Jair Bolsonaro. Essa constatação faz parte de um documento da Procuradoria-Geral da República (PGR) enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) dentro do inquérito que investiga tais atos, enviado no dia 4 de setembro. As informações constam de reportagem publicada nesta sexta-feira (01) pelo jornal O Globo.
É a primeira vez que a PGR cita nominalmente Bolsonaro dentro do inquérito. O procedimento, segundo a reportagem, não deixa claro se o presidente é investigado no caso nem se a procuradoria considera o cometimento de algum crime nessas atitudes.
A partir das provas colhidas, a PGR também investiga a participação de ministros do governo na organização desses atos.
A verdade, porém, é que existem muitas evidências da mistura de recursos e patrocínios públicos para atos e manifestações de caráter eminentemente político. Naquele dia Sete de Setembro, Bolsonaro discursou no ato da Avenida Paulista, no mais duro ataque que já desferiu contra o Supremo Tribunal Federal, quando afirmou que não mais obedeceria à determinações judiciais que fossem ordenadas pelo ministro Alexandre de Moraes.
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Depois, o presidente recuou do que dissera, na carta que lhe foi ditada pelo ex-presidente Michel Temer. Mas Bolsonaro viajou de Brasília para São Paulo usando o avião presidencial e todo o aparato que o cargo lhe dispõe.
As motociatas promovidas por Bolsonaro, que nada têm de atos de governo, já teriam custado aos cofres públicos, de acordo com levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo, R$ 2,8 milhões.
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