Em resposta ao ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou que não determinou a destruição do material obtido pela Operação Spoofing, que apura invasões a celulares de autoridades. Na ocasião, quatro pessoas foram presas pela Polícia Federal na operação, no interior de São Paulo. Walter Delgatti Neto admitiu ter hackeado os celulares, incluindo Moro.
“Esclareço que este ministro da Justiça e Segurança Pública não exarou qualquer determinação ou orientação à Polícia Federal para destruição do indicado material ou mesmo acerca da sua destinação, certo de que compete, em princípio, ao juiz do processo ou ao próprio Poder Judiciário decidir sobre a questão, oportunamente”, disse em despacho.
Atendendo a um pedido do PDT, Fux havia determinado “a preservação do material probatório já colhido no bojo da Operação Spoofing e eventuais procedimentos correlatos”. Ele pediu ainda o envio ao STF de “cópia do inteiro teor do inquérito relativo à referida operação, incluindo-se as provas acostadas, as já produzidas e todos os atos subsequentes que venham a ser praticados”.
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O pedido foi uma reação à declaração de Moro, que, segundo nota do Superior Tribunal de Justiça (STJ), informou ao presidente da Corte, ministro João Otávio de Noronha, que o material seria “descartado para não devassar a intimidade de ninguém”. Noronha foi um dos alvos hackeados.
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