Manifestantes favoráveis a instalação da CPI da Lava Toga entraram em confronto com a polícia militar na tarde desta quarta-feira (25). Segundo informações repassadas pela polícia, o sargento Jorge Souza (PMDF) foi atingido na cabeça por uma pedra e encaminhado ao Hospital Prontonorte, em Brasília.
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O ato aconteceu em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde os ministros julgavam o habeas corpus que pode levar à anulação de até 32 condenações da operação Lava Jato. O pedido foi apresentado pela defesa do ex-gerente da Petrobras Marcio de Almeida Ferreira.
O ex-presidente Lula pode ser um dos beneficiados da ação. O processo em questão é o do sítio de Atibaia, no qual ele foi condenado a 12 anos e 11 meses de prisão. A sessão foi suspensa no fim da tarde e voltará amanhã.
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Do lado de fora, manifestantes contrários e favoráveis a operação Lava Jato se aglomeraram. Separados por um cordão policial eles trocaram ofensas.
Por volta das 16h30 manifestantes favoráveis a instalação da CPI da Lava Toga começaram a jogar tomates em direção ao prédio do STF. A PM tentou impedir, e os manifestantes revidaram com pedras. Uma delas atingiu o sargento Jorge Souza, que foi encaminhado para dentro do prédio do STF para receber os primeiros atendimentos e na sequencia, foi levado ao hospital.
Para conter os manifestantes, a polícia militar atirou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Ao menos uma pessoa passou mal dentro do STF, devido aos efeitos do gás.
Cristiano Caiado é advogado e favorável a instalação da CPI da Lava Toga. Ele classificou o ato como triste. “Foi um protesto muito triste, porque as pessoas estão ficando frustradas, estão ficando nervosas”, afirmou o manifestante.
Para Caiado, um dos motivos da revolta popular é a descrença nas instituições. “As pessoas estão começando a não confiar no nosso sistema democrático. A nossa imprensa já está com esse problema porque perdeu muita credibilidade ao longo dos anos e isso é ruim para a democracia. As pessoas precisam confiar nas instituições, confiar na imprensa, confiar em bons resultados”, analisou.
Cristiano acredita que o resultado da manifestação poderia ter sido ainda pior. Para o advogado, quando se une pessoas com tristeza e rancor, tragédias podem ocorrer. “Quando vem um punhado de gente com muito rancor, muita tristeza, com fome de justiça, a gente pode esperar os piores resultados. Hoje podia ter sido uma tragédia maior. Foi um policial ferido e algumas pessoas machucadas, mas podia ter tido alguma pessoa morta”, analisa.
A reportagem chegou ao local pouco tempo após a confusão e checou as informações repassadas pelos manifestantes favoráveis e contrários com os policiais presentes. O clima ainda era tenso no local. Segundo relatos, antes do confronto com os policiais eram 500 manifestantes favoráveis a Lava Toga no local. Após a confusão restaram apena algumas dezenas. Não há parciais quanto aos que pediam a liberdade de Lula. Petistas e manifestantes vestindo camisa verde e amarela trocaram ofensas até o fim dos atos.
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