O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu nesta segunda-feira (28) ao Supremo Tribunal Federal (STF) instauração de inquérito contra a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), ex-aliada de Jair Bolsonaro. A informação foi dada pela própria deputada em suas redes sociais.
No Twitter, Joice acusou Aras de estar tentando arrematar a vaga aberta no Supremo, decorrente da aposentadoria antecipada do ministro Celso de Mello. “É evidente que o Aras está sendo boneco de ventríloquo do Palácio do Planalto, em função da minha candidatura à Prefeitura de SP. Beira a criminalidade o uso da mais alta instância do MP como instrumento político de perseguição com escancarada subserviência ao Executivo”, escreveu ela.
2 – É evidente que o Aras está sendo boneco de ventríloquo do Palácio do Planalto, em função da minha candidatura à Prefeitura de SP. Beira a criminalidade o uso da mais alta instância do MP como instrumento político de perseguição com escancarada subserviência ao Executivo.
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— Joice Hasselmann DIREITA RACIONAL🇧🇷 (@joicehasselmann) September 28, 2020
Joice também afirmou que Aras é uma vergonha para os “procuradores de bem”. “A Lava Jato, tão atacada por esse sujeito, que o diga. Isso sim é falsidade ideológica, quando um PGR vira papagaio de pirata presidencial. O MP não merece um ‘chefe’ desses e a lei do abuso de autoridade será invocada.” Nas eleições municipais deste ano, Joice é candidata à prefeitura de São Paulo.
Em outubro, a Record divulgou áudios em que Joice pede ajuda a funcionários para criar perfis falsos nas redes sociais a fim de promover ataques a adversários políticos. Na gravação, a deputada diz: “Acabei de chegar em São Paulo, cheguei há pouco para algumas entrevistas, mas podia falar com a turma aí para fazer vários perfis e entrar de sola no Twitter especialmente, Instagram, porque eles estão botando todas as milícias lá e os robôs em cima de mim”.
Segundo Carla Zambelli (PSL-SP), autora da notícia-crime que embasou o pedido do PGR, Aras viu indícios dos seguintes crimes: constrangimento ilegal, difamação, falsidade ideológica e associação criminosa. As deputadas eram aliadas e amigas, mas romperam no fim de 2019.
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