Dois dias após o recuo no edital que abria possibilidade de compra de livros com erros de revisão, o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, exonerou, nesta sexta-feira (11), o chefe de gabinete do Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE) e outros nove servidores ligados ao gabinete.
Rogério Fernando Lot, o agora ex-chefe do FNDE, foi o responsável por assinar a retificação no edital do Ministério da Educação (MEC) publicado no dia 2 de janeiro.
MEC vai abrir sindicância para investigar edital que permitia erros em livros didáticos
O novo edital foi publicado com trechos suprimidos de outra versão publicada anteriormente. Os trechos retirados exigiam livros sem erros de revisão ou impressão, compromisso com ações de não violência contra a mulher e com a promoção das culturas quilombolas e de povos do campo.
As exonerações de Rogério Fernando Lot – que era presidente substituto do FNDE – e outros 9 funcionários comissionados do FDNE foram publicadas no diário Oficial da União (DOU) de hoje.
Ontem (quinta, 10), o MEC abriu uma sindicância para investigar as alterações no edital. Durante a semana, após as alterações no edital serem reveladas pela imprensa, o ministro Vélez Rodriguez e o presidente Jair Bolsonaro (PSL) culparam a gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB) pelas alterações.
O ex-ministro Rossieli Soares, entretanto, rebateu as acusações, afirmando que todas as alterações publicadas após o dia 1º de janeiro são de responsabilidade do novo governo. Desde o início de dezembro, as equipes de Temer e de Bolsonaro trabalhavam juntas na transição de governo.
Bolsonaro e Vélez culpam gestão Temer e recuam de mudanças em edital do MEC