Era uma expressão dos anos 70, advinda do processo de desmonte da educação pública promovido entre os militares da ditadura & EUA, mas está se repetindo em nossos dias como uma espécie de “avanço” ou “aperfeiçoamento” no processo de emburrecer oficialmente (mais) uma população.
Num comunicado especialmente indignado, a jornalista e escritora gaúcha Tânia Faillace denuncia que o governador paulista, Geraldo “Opus Dei” Alckmin “resolveu acelerar o processo de descerebração nacional ao pretender excluir todo o ensino de Humanas (História, Geografia, etc.) das três primeiras séries do primeiro grau nas escolas públicas paulistas, deixando apenas 10% desses conteúdos nas séries seguintes.
Esse desmonte do direito universal à escolaridade, ao conhecimento e à informação, já tinha começado no Brasil nos anos de chumbo através da Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1970, que retirava do segundo grau boa parte das Humanas, inclusive Filosofia, sob o pretexto de que o país precisava de técnicos e mão-de-obra e não de inteligência e cultura.
Esse esvaziamento curricular que ameaça os paulistas terá ainda a excepcional “virtude” de impedir a identificação cultural das crianças com a memória de seu povo, com sua própria identidade nacional e regional, o que, obviamente, será uma mão-na-roda para o processo de desnacionalização dos brasileiros, e sua colonização mais fácil e rápida.
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Enquanto os países progressistas da América Latina abrem espaço e estímulo para a identidade popular, e a integração das etnias e sua história – São Paulo pretende excluir essa identificação e integração da vivência infantil, que será obviamente robótica.
O governo paulista, para confirmar as diretrizes da Nova Ordem Mundial, de desumanização da comunidade humana e nacional, cúmplice dos neocolonizadores da América Latina, os quais fazem o possível para reduzir as mentes pelo domínio dos meios de comunicação, ficou impaciente e quer apressar e radicalizar esse processo.
Ora, esse é um atentado insuportável aos Direitos Humanos e de Cidadania, e que merece uma resposta à altura, por parte do Conselho Nacional de Educação, Universidades e instancias jurídicas.
Há uma petição a esse respeito no endereço adiante, onde podem ser conferidos outros detalhes.
E Tânia conclui: “Neste andar da carruagem dos entreguistas neoliberais, em breve será considerado crime matricular-se numa escola.”
Repassada a denúncia, surge inevitavelmente outra pergunta que não quer calar: será que a população – o eleitor em especial, o indivíduo e pai de família em particular, o brasileiro em geral (e o paulistano em si) não irão intervir de maneira enérgica para impedir a concretização de mais esta medida arbitrária que contraria frontalmente seus interesses e de seus filhos?
Ou por outra: será que o “direito inalienável à educação” de todo cidadão também vai se tornar privilégio?
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