O secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, é o principal alvo da irritação do presidente Jair Bolsonaro ao anunciar que dará “cartão vermelho” ao integrante do governo que propuser corte de benefícios sociais. A declaração também aprofunda o desgaste entre o presidente e o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Homem de confiança do ministro, Waldery vocalizou a intenção da equipe econômica de congelar aposentadorias e pensões por dois anos, desvinculando os seus reajustes do salário mínimo.
A declaração foi dada pelo secretário da Fazenda em entrevista ao portal G1 nessa segunda-feira (14). Outras mudanças discutidas pela equipe de Guedes, como cortes no Benefício de Prestação Continuada, no seguro-defeso e no abono salarial, foram divulgadas na imprensa sem a divulgação da fonte – ou seja, em off, no jargão jornalístico. Essas medidas seriam adotadas para compensar o Renda Brasil, nova versão do Bolsa Família.
Bolsonaro, no entanto, anunciou hoje a desistência do novo programa.
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“A desindexação que apoiamos diretamente é a dos benefícios previdenciários para quem ganha um salário mínimo e acima de um salário mínimo, não havendo uma regra simples e direta [de correção]. O benefício hoje sendo de R$ 1.300, no ano que vem, ao invés de ser corrigido pelo INPC, ele seria mantido em R$ 1.300. Não haveria redução, haveria manutenção”, disse Waldery Rodrigues ao G1.
PublicidadeO recado de Bolsonaro à equipe econômica de Guedes foi dado em vídeo nesta terça. “De onde veio? Pode ser que alguém da equipe econômica tenha falado sobre esse assunto, pode ser, mas por parte do governo, jamais vamos congelar salário de aposentados, bem como jamais vamos fazer com que o auxílio para idosos e pobres com deficiência seja reduzido para qualquer coisa que seja”, declarou.
Segundo o presidente, quem faz esse tipo de proposta não tem o “mínimo de coração”. “Eu já disse há poucas semanas que jamais vou tirar dinheiro dos pobres para dar aos paupérrimos, quem por ventura vier propor para mim uma medida como essa, eu só posso dar um cartão vermelho para essa pessoa, é gente que não tem o mínimo de coração, mínimo de entendimento como vivem os aposentados no Brasil”, afirmou Bolsonaro.
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