Com a votação do segundo turno da reforma da Previdência se aproximando, centrais sindicais voltam à Câmara dos Deputados para protestar contra a proposta de emenda à Constituição que muda as regras da aposentadoria brasileira. Os manifestantes, que no primeiro turno foram impedidos de entrar na Casa, protestam pacificamente na entrada no Anexo II da Câmara, mas prometem passar pelos gabinetes dos deputados ao longo da tarde desta terça-feira (6) para pedir mudanças no texto que deve ser votado nos próximos dias.
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“A chamada Casa do Povo não pode impedir que os trabalhadores tenham contato com os parlamentares. Precisamos ter direito ao acesso para mostrar nosso ponto de vista aos parlamentares”, defendeu o secretário geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva, que organiza a manifestação.
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Segundo Silva, os manifestantes representam todo o funcionalismo público pois reúnem entidades como o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), o Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Distrito Federal (Sindjus-DF), o Movimento Nacional dos Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas (Mosap), o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho, a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Por isso, pedem mudanças em pontos da reforma como as regras de transição dos servidores públicos e o valor das pensões por morte.
“Estamos aqui, na volta do recesso dos parlamentares, para mostrar que o relatório que eles aprovaram no primeiro turno foi equivocado. O relatório penaliza os trabalhadores e continua blindando os privilegiados. Por isso, queremos dialogar com os parlamentares no sentido de desidratar o máximo possível esse texto para amenizar as maldades que estão contidas nele”, defendeu o secretário do Condsef, que promete ficar na Câmara até o final da votação em segundo turno da reforma. “Estivemos no aeroporto recebendo os parlamentares ontem [segunda] à tarde e hoje [terça] pela manhã e agora pretendemos ficar aqui até a discussão do segundo turno”, contou Silva.
Os manifestantes garantiram também que o que houve no primeiro turno não foi uma tentativa de invasão. Segundo Silva, os manifestantes tentaram entrar pacificamente na Câmara, mas foram recebidos com portas fechadas e gás de pimenta por parte da polícia em julho, o que gerou revolta e insatisfação. Nesta terça-feira, ainda não ocorreu nenhum tipo de repressão ao protesto.
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