Criticada por apoiar a reforma da Previdência no plenário da Câmara, a deputada Tabata Amaral (PDT-SP) manteve o voto favorável ao texto no segundo turno da votação da proposta, realizado na madrugada desta quarta-feira (7). Ela disse que esta é uma medida urgente e fez críticas aos membros da oposição que preferiram nem dialogar sobre as condições da proposta de emenda à Constituição que muda as regras da aposentadoria brasileira: “eles não fizeram isso pensando nos mais pobres. Fizeram pensando nas próximas eleições”, atacou a deputada.
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“Esta é uma questão extremamente necessária e urgente que requer muita coragem para ser enfrentada. Se nada fosse feito, daqui a sete anos, oito de cada dez reais do orçamento público estariam indo para a Previdência. Isso é menos dinheiro para educação, saúde e segurança”, afirmou Tabata em vídeo publicado nas suas redes sociais poucos antes de os deputados iniciarem a votação em segundo turno da reforma da Previdência.
No vídeo, a deputada ainda ressaltou que o texto aprovado nesta quarta-feira é diferente do que foi enviado pelo governo e disse que a garantia de benefícios como a aposentadoria rural, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e de regras mais brandas de aposentadoria para os professores, que não estavam no projeto original do governo, foram uma conquista dos deputados, que fizeram uma série de negociações em relação ao texto final da reforma. “Isso só foi possível porque bancadas como a feminina, a da educação, alguns partidos da oposição e grupos como o Movimento Acredito se debruçaram nos últimos meses para alterar o texto”, disse Tabata.
Ela aproveitou, então, para fazer uma crítica a quem tem lhe criticado pelo voto a favor da reforma desde a aprovação em primeiro turno da proposta. “As pessoas que
não toparam participar dessa construção, foram contra desde o princípio e se ausentaram do debate não fizeram isso pensando nos mais pobres. Fizeram isso pensando na próxima eleição, pensando no seu futuro político e não nas pessoas que mais precisam. É por isso que mantenho meu voto e meu compromisso de fazer uma oposição propositiva”, alfinetou Tabata, que foi muito criticada pelo presidente do PDT, Carlos Lupi, e pelo principal cacique do partido, Ciro Gomes.
Membro do Movimento Acredito como Tabata, o deputado Felipe Rigoni (PSB-ES) também divulgou um vídeo nas redes sociais apresentando os motivos pelos quais, na sua visão, justificam a aprovação da reforma da Previdência. Ele reforçou a tese de Taba de que, sem mudanças, a Previdência iria englobar recursos de áreas prioritárias como a educação nos próximos anos.
Líder do PDT na Câmara, o deputado André Figueiredo (CE) afirmou ao Congresso em Foco que a orientação do partido de fechar contra a reforma da Previdência se manteve no segundo turno. No PSB, a orientação foi a mesma. Na sigla socialista, havia até uma esperança de que os deputados que votaram a favor da reforma no primeiro turno mudassem de ideia agora no segundo turno e, assim, evitassem punições mais severas do conselho de ética da legenda.
Ao todo, 19 deputados do PDT e do PSB contrariaram essa orientação no primeiro turno e foram processados no conselho de ética de seus partidos por conta disso. O processo pode provocar até a expulsão desses parlamentares das siglas.