Na semana de esforço concentrado na Câmara dos Deputados para votar os projetos estratégicos restantes na pauta econômica, a PEC da primeira etapa da reforma tributária alcança os últimos passos para ser votada em plenário. Construída ao longo de quatro anos no Congresso Nacional, apenas um partido critica abertamente a reforma: o PL, de Jair Bolsonaro, que empenha esforços para impedir sua aprovação. O relator, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), conta enxergar com maus olhos a postura adotada pela sigla do ex-presidente.
Em suas redes sociais, Bolsonaro se referiu ao texto que tramita na Câmara como “reforma do PT”, e afirmou que ele vai “na contramão do que fizemos”. Sem citar fontes, acusou o governo de elaborar uma proposta que aumenta a cobrança de impostos sobre a população e reduz a margem de investimentos. Ele ainda disse que no texto apresentado “o PT aumenta de forma absurda a cesta básica”.
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Ele ainda anunciou que já alcançou consenso com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, pela orientação de bancada do PL seria contrária à PEC, e que espera unanimidade pelo voto contrário no partido. O líder da bancada, Altineu Côrtes (PL-RJ) chegou a apresentar um kit obstrução com 14 requerimentos de retirada de pauta, adiamento de discussão e votação nominal.
Aguinaldo Ribeiro criticou a postura combativa adotada pelo PL e a tentativa de associar a reforma ao atual governo. “O tema da reforma tributária é do Estado brasileiro, proposto nas duas casas do parlamento brasileiro. Eu não vou entrar em jogo de disputa política por conta de um tema que é estrutural para o país. Todo parlamentar deve ter responsabilidade e olhar para o seu país”, afirmou.
Ele também negou a tese de que a reforma possa aumentar o preço dos itens da cesta básica. “Nós não vamos onerar a cesta básica. Existem inclusive dados contraditórios [nessas críticas]. Vimos a informação de que haveria aumento sobre a cesta básica, mas já tem outra informação de consultores do Banco Mundial dizendo que é o contrário, no texto escrito já há uma redução de 1,7%. O que eu posso assegurar ao brasileiro é que nós vamos assegurar a cesta básica”, garantiu.