A partir de hoje, canal vai transformar reportagens e checagens de dez organizações jornalísticas nativas digitais em conteúdo para o Instagram e YouTube
Como os jovens consomem notícias? A partir deste questionamento, 10 organizações jornalísticas nativas digitais e independentes uniram forças para criar o Canal Reload, que tem o objetivo de descomplicar as notícias, democratizar e ampliar o alcance da informação. Voltado para o público jovem, o Reload vai “remixar” conteúdos de ((o))eco, Agência Lupa, Agência Pública, Amazônia Real, Congresso em Foco, Énois, Marco Zero Conteúdo, Ponte Jornalismo, Projeto #Colabora e Repórter Brasil – juntas, elas têm mais de 100 prêmios nacionais e internacionais, como o Prêmio Gabriel García Márquez, Prêmio Rei da Espanha e um Leão de Bronze do Festival de Cannes. O canal estreia hoje e pode ser encontrado no Instagram e no Twitter, no Facebook e também no Youtube.
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O Reload é um canal como nenhum outro no mundo. É inovador em vários aspectos: é a primeira vez que dez organizações de jornalismo se juntam em uma redação compartilhada para produzir conteúdo em vídeo a partir de suas reportagens; a grade de programação é decidida colaborativamente; e o conteúdo final é construído junto com jovens comunicadores de diversas regiões, origens e trajetórias.
Para a construção do canal, foram feitas ao longo de três meses pesquisas para entender como os jovens consomem notícias e conteúdo nas redes sociais. A Énois ouviu jovens com idades entre 18 e 28 anos para a pesquisa, que revelou que 75% dos respondentes consomem notícias na internet diariamente. As redes sociais são a principal fonte de notícias para 91% destas e destes jovens. Para 70% deles, o Instagram é a principal rede usada para se informar.
Essas pesquisas levaram a equipe a pensar no formato e na linguagem do Reload, que vai apresentar informação de maneiras inovadoras: histórias em quadrinhos, poesia slam e lyric videos, que são vídeos musicais onde a letra é exibida em sincronia com a música.
No Reload serão produzidos três tipos de conteúdos: para engajar, para explicar e para encantar. O formato para engajar será uma produção diária, feita para o Instagram tanto nos stories quanto no feed. Nos stories, membros das organizações aparecem contando as últimas notícias e bastidores de reportagens. No feed serão publicados vídeos que explicam uma informação rapidamente por meio de imagens e texto. No formato “Explicar” serão publicados dois vídeos semanais no Youtube com explicações mais detalhadas e contextualizadas sobre determinado assunto. Para encantar o público, o Reload vai publicar notícias em formatos inusitados: gifs animados, poesia slam, lyric vídeos e histórias em quadrinhos.
O Reload se apoia na qualidade e na credibilidade de 10 organizações disruptivas no jornalismo digital para produzir conteúdo com linguagem ágil e moderna, que se conecta diretamente com o público jovem. “Todas as organizações que fundaram o Reload já têm a inovação no seu DNA e um significativo público jovem. Sabemos que eles querem estar bem informados para participarem do debate público e decidimos oferecer um jornalismo de qualidade, pensado para esse público”, diz Natalia Viana, coordenadora geral do Reload.
O conteúdo do Reload será publicado no Instagram e no Youtube, mas também terá contas no Twitter, Facebook e Whatsapp. O canal tem como apresentadores um time de 12 jovens influenciadores de diferentes origens e partes do Brasil. Cada um a seu modo, eles vão apresentar o conteúdo escolhido entre as reportagens produzidas pelas 10 organizações do consórcio.
“Um dos pontos que apareceu em nossas pesquisas foi que, para os jovens, credibilidade parte muito de uma conexão e proximidade entre quem passa e quem recebe a informação. Por isso, buscamos não somente aproximar a linguagem mas também trazer jovens comunicadores para o projeto. São 12 influenciadores entre 19 e 27 anos que vão trabalhar junto com os jornalistas na construção e apresentação dos vídeos e apresentação. E para tentar espelhar a diversidade da juventude urbana brasileira fizemos uma seleção entre quase 100 comunicadores para escolhermos uma equipe bastante plural e com bastante representatividade”, explica Hugo Cuccurullo, diretor do Reload.
Ao compreender o consumo de notícias pelo público jovem, o Reload contribui para fortalecer o campo do jornalismo digital no Brasil.
O Reload foi uma das iniciativas ganhadoras do Google News Innovation Challenge em 2019, projeto do Google News Initiative para ajudar o jornalismo a prosperar na era digital.
Organizações Fundadoras:
((o))eco
Criado em 2004, ((o))eco é um site dedicado ao jornalismo ambiental, em especial temas de conservação ambiental como áreas protegidas, biodiversidade e desmatamento. Nós nos declaramos a voz dos bichos e das plantas e das pessoas que querem protegê-los. Temos como uma das nossas missões informar e fomentar público para o debate ambiental brasileiro.
Agência Lupa
A Lupa é a primeira agência de notícias do Brasil a se especializar na técnica jornalística mundialmente conhecida como fact-checking. Desde novembro de 2015, sua equipe acompanha o noticiário diário para corrigir informações imprecisas e divulgar dados corretos. O resultado desse trabalho é vendido a outros veículos de comunicação e também publicado no próprio site da agência. Em 2 de abril de 2017, a Lupa lançou o programa LupaEducação – uma iniciativa inovadora que tem por objetivo capacitar cidadãos em técnicas de checagem, e isso fez com que a agência se transformasse na primeira do Brasil a oferecer treinamentos em verificação. A Lupa integra a International Fact-Checking Network (IFCN), rede mundial de checadores reunidos em torno do Poynter Institute, nos Estados Unidos, e segue à risca o código de conduta e princípios éticos do grupo.
Agência Pública
A Agência Pública foi fundada em 2011 por jornalistas mulheres e tem como missão produzir reportagens de fôlego pautadas pelo interesse público, sobre as grandes questões do país do ponto de vista da população – visando o fortalecimento do direito à informação, à qualificação do debate democrático e a promoção dos direitos humanos. Em 2019, nossas reportagens foram reproduzidas por mais de 1000 veículos, sob a licença creative commons. A Pública também atua para promover o jornalismo investigativo independente através de programas de mentoria para jovens jornalistas, bolsas de reportagem e com a Casa Pública, o primeiro Centro Cultural voltado ao jornalismo no Brasil, no Rio de Janeiro. A Agência Pública ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais, como o Prêmio Vladimir Herzog, Prêmio República e Prêmio Gabriel García Marquez. Foi o primeiro veículo brasileiro indicado ao Prêmio Liberdade de Imprensa, da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
Amazônia Real
A agência de jornalismo independente e investigativo Amazônia Real é uma mídia digital sem fins lucrativos, criada e dirigida por mulheres e sediada em Manaus, no Amazonas (AM), na região Norte do Brasil. Fundada em 2013, sua missão é dar voz às populações da Amazônia. Reconhecida internacionalmente, a agência produz um jornalismo ético que defende a democratização da informação, a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa e os direitos humanos. Tem uma equipe de mais de 40 colaboradores que buscam grandes histórias da Amazônia e de suas populações, em especial aquelas em situação de mais vulnerabilidade social e ambiental e que têm pouco espaço e visibilidade na chamada grande imprensa. A agência defende os valores da equidade, igualdade, diversidade e combate à violência contra mulheres.
Congresso em Foco
Veículo jornalístico online, atualizado diariamente, especializado na cobertura do Congresso Nacional e da política. No ar desde fevereiro de 2004, o Congresso em Foco também atua nas áreas de organização de eventos e produção de pesquisas e análises. Embora tenhamos nascido como meio digital, e crescido prioritariamente assim, também atuamos na área do impresso. Publicamos um livro (esgotado) sobre o perfil da legislatura 2007/2011 e criamos uma revista impressa que se encontra na 31ª edição.
Énois
A Énois é um laboratório que trabalha para impulsionar diversidade e representatividade no jornalismo. Foi fundada em 2009 e em 2014, criou a primeira escola online de jornalismo no Brasil voltada ao público jovem. Em cursos presenciais, mais de 500 jovens das periferias se formaram em jornalismo e mais de 4 mil passaram pela escola online. Ao longo do tempo, esses jovens, por meio da Énois, produziram conteúdos de abrangência nacional. Foram mais de 80 reportagens publicadas em veículos como UOL Tab, The Intercept, The Guardian, Nexo, BBC e outros.
Marco Zero Conteúdo
A Marco Zero Conteúdo é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que tem por objetivo qualificar o debate público promovendo o jornalismo investigativo e independente. Desde junho de 2015, quando nosso site entrou no ar, a Marco Zero já publicou mais de 900 conteúdos jornalísticos comprometidos com a linha editorial focada na defesa dos direitos humanos, na democracia, nas questões de gênero e identitárias além dos temas relacionados ao direito à cidade e à ocupação econômica, social e cultural do território.
Ponte Jornalismo
A Ponte Jornalismo é um veículo de comunicação independente, fundado em março de 2014 e organizado como uma associação privada sem fins lucrativos. Nossa missão é defender os direitos humanos por meio de um jornalismo independente, profissional e com credibilidade, promovendo a aproximação entre diferentes atores das áreas de segurança pública e justiça, com o objetivo de colaborar na consolidação da democracia brasileira. Nos seus primeiros cinco anos de existência, firmou-se como um dos principais veículos nativos digitais de jornalismo do Brasil e o único focado em segurança pública e direitos humanos.
Projeto #Colabora
O #Colabora é um projeto de jornalismo independente com foco em sustentabilidade, no seu sentido amplo, tendo como base os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Acreditamos que o planeta só será sustentável se conseguir resolver, além dos problemas ambientais, suas mazelas sociais. O projeto existe há 4 anos e, apesar de estar sediado no Rio, procura fazer uma cobertura nacional. Temos uma newsletter diária que funciona como uma espécie de curadoria de temas e coberturas ligadas à sustentabilidade. Também estamos no YouTube, no Twitter, no Facebook, no Instagram e no Linkedin.
Repórter Brasil
A Repórter Brasil é uma organização sem fins lucrativos, fundada em 2001, que denuncia violações de direitos humanos, trabalhistas e socioambientais no país. A agência de jornalismo investigativo da Repórter Brasil é especializada na cobertura sobre trabalho escravo e na investigação das cadeias produtivas de setores do agronegócio brasileiro e seu impacto socioambiental. Também investigamos grandes empresas e as consequências negativas do crescente uso dos agrotóxicos nas plantações brasileiras, entre outros. Nossas reportagens, especiais multimídias e documentários ganharam mais de 20 prêmios nos últimos anos, entre eles o Prêmio Gabriel García Márquez de Jornalismo. Fazemos investigações internacionais em parceria com o jornal britânico The Guardian e nosso conteúdo é também publicado em veículos como UOL, Folha de S.Paulo e El País Brasil.