O assassinato do autônomo João Alberto, de 40 anos, espancado por seguranças do Carrefour, em Porto Alegre, fez eclodir diversas mafinestações pelo país. Em Curitiba (PR), o vereador eleito Renato Freitas (PT), ajudou a organizar alguns atos em unidades da rede de supermercados. Integrante do movimento negro, ele pichou um toldo do supermercado e ensejou uma discussão acalorada nas redes sociais.
Nos muros de algumas lojas ele escreveu: “A injustiça praticada em qualquer lugar, ameaça a justiça em todos os lugares”. A frase é atribuida a Martin Luther King, ícone do movimento pelos direitos civis do povo negro nos Estados Unidos.
“O zé povinho falador que fica aproveitando qualquer brecha para tentar nos tachar como ‘bandido’ já veio com uma foto em que estou escrevendo “Racistas” num toldo velho do Carrefour, e dizendo ‘nossa senhora, sempre soube que esse rapaz não prestava, é um vândalo’. As mesmas pessoas que para não lerem o que escrevi, preferem condenar a maneira que escrevi”, disse Renato em suas redes sociais.
Leia também
“As pessoas tem uma visão um pouco limitada do graffite, da pichação, muitas vezes elas preferem ver o delito, que pode ser apagado facilmente com tinta, do que ler as mensagens importantes que tentamos passar”, afirmou Renato ao Congresso em Foco. Ele afirma que não fez essa intervenção pensando em um ato criminoso ou um tabu social, para ele é uma manifestação pacífica que não causa riscos à vida de ninguém.
A legislação municipal de Curitiba prevê que as pessoas que forem surpreendidas pichando casas, prédios, muros, de particulares e estabelecimentos comerciais, sem autorização do proprietário, estão sujeitas à multa de R$ 5 mil, além de indenização pelas despesas e custas da restauração.
João Freitas poderia ser eu, como foi todas as vezes em que tive que perguntar para o segurança o porquê daquele olhar…
PublicidadePublicado por Renato Freitas em Segunda-feira, 23 de novembro de 2020
Em nota ao Congresso em Foco o Carrefour foi favorável a todos os tipos de manifestações e disse “são legítimas”, além de “compartilhar dos mesmos sentimentos”.
Segue a nota na íntegra:
O Carrefour entende que as manifestações que estão ocorrendo são legítimas. Nós compartilhamos do mesmo sentimento e estamos à disposição para criar um debate com a sociedade, buscando soluções para que casos como este não voltem a acontecer.
Thaís Rodrigues é repórter do Programa de Diversidade nas Redações realizado pela Énois – Laboratório de Jornalismo, com o apoio do Google News Initiative.
> Quem diz que racismo não existe é racista. Racista e criminoso.