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Um imaginário sobre a intervenção militar

 

Em termos de cultura e conhecimento, entre um Golbery “gênio da raça” e um Olympio Mourão “vaca fardada”, este me parece mais representativo do meio militar do que aquele – culpa, talvez, das minhas repetidas leituras do clássico Febeapá. Já do mestre Elio Gaspari aprendi que o respeito à ordem e à hierarquia nunca foi a regra durante o tempo que os militares se mantiveram no poder, sem falar na completa omissão quanto ao efetivo combate à corrupção.

A partir desse imaginário, fica realmente impossível entender qualquer apelo à volta dos militares como algo minimamente aceitável, quem dirá desejável. Mesmo diante de um governo que batalha sem tréguas para ser reconhecido como o pior do atual período democrático e de um cenário eleitoral nada animador, não consigo enxergar soluções aos problemas brasileiros que não passem pela manutenção e pelo aprofundamento do estado democrático de direito e pelo exercício da soberania popular por meio do voto e das liberdades políticas.

Como adverte o provérbio português, não se deve deixar o caminho por atalho – afinal, quem nos garante até onde este vai nos levar?

 

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