Vereador no Rio de Janeiro e filho do presidente da República, Carlos Bolsonaro, compartilhou um vídeo de Jair Bolsonaro ameaçando agredir um jornalista que perguntou sobre os cheques depositados por Fabrício Queiroz à primeira-dama Michelle Bolsonaro. “A vontade que eu tenho é de encher sua boca de porrada”, disse o presidente.
“E conhecereis a verdade é a verdade vos libertará!”, disse Carlos. Apesar da frase bíblica de efeito, o presidente até momento não respondeu ao questionamento.
E conhecereis a verdade é a verdade vos libertará!
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Publicidade— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) August 24, 2020
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Sites e perfis ligados ao bolsonarismo chegaram a usar o vídeo compartilhado por Carlos como uma tentativa de dizer que o presidente respondeu a uma agressão do jornalista a sua filha. A mentira publicada diz que o repórter disse ao presidente: “Vamos visitar sua filha na cadeia”. Entretanto, o que se ouve é uma voz ao fundo dizendo “vamos visitar nossa feirinha da Catedral”. A ameaça de Bolsonaro ao jornalista aconteceu em frente à Catedral de Brasília.
Reações
O líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ), vai aditar o pedido de impeachment já apresentado pela bancada contra Jair Bolsonaro para acrescentar mais dois crimes de responsabilidade cometidos hoje pelo presidente: contra o exercício de direitos individuais e falta de probidade na administração.
“Bolsonaro cometeu hoje [23] mais dois crimes de responsabilidade: contra o exercício de direitos individuais e falta de probidade na administração. Acrescentaremos esses crimes no pedido de impeachment apresentado pelo PSB. Além disso, cometeu os crimes de injúria e ameaça. Sem liberdade de imprensa não há democracia. É inaceitável que tenhamos um presidente que tenta calar os jornalistas sempre que eles perguntam por que Queiroz depositou dinheiro na conta da primeira dama”, disse Molon.
Deputados e senadores reagiram à ameaça contra o jornalista. Além de repudiar nas redes sociais e de aderir à campanha de refazer a pergunta, dois parlamentares vão levar para as vias institucionais a reação ao ato do presidente.