O primeiro ano de mandato do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi marcado por “carta branca” para redes de extração ilegal na Amazônia e “agenda contra os direitos humanos“, é o que diz a 30 ª edição do “Relatório Mundial 2020”, publicado nesta terça-feira (14), realizado pela Ong internacional Human Rights Watch.
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O relatório de 652 páginas analisa a situação dos direitos humanos de diversos países, incluindo o Brasil. Logo na introdução, o documento faz duras críticas ao governo atual brasileiro. “Durante seu primeiro ano de mandato, o presidente Jair Bolsonaro assumiu uma agenda contra os direitos humanos, adotando medidas que colocariam em maior risco populações já vulneráveis. Os tribunais e o Congresso impediram algumas dessas políticas.”
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Meio ambiente
PublicidadeO documento relata que redes criminosas impulsionam, em grande parte, a extração ilegal de madeira na Amazônia. “Na prática, o governo Bolsonaro deu carta branca a essas redes [de extração ilegal de madeira] ao cortar recursos e minar o poder das agências ambientais. Dados preliminares mostram que de janeiro a outubro, o desmatamento na Amazônia aumentou em mais de 80% em comparação com o mesmo período de 2018”, pontua a publicação.
Orientação sexual e identidade de gênero
O relatório relembra casos de homofobia que ocorreram no país, no ano passado. “Em abril, o presidente Bolsonaro disse que o Brasil não deveria se tornar um “paraíso do turismo gay” e, em agosto, disse que as famílias são apenas aquelas constituídas por um homem e uma mulher. Em setembro, o STF reafirmou que as uniões homoafetivas constituem entidade familiar, destaca o documento que afirma que Bolsonaro “buscou restringir os direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT).”
Outro caso levantado pela Ong, foi a retira de uma HQ na Bienal do Livro, que ocorreu no Rio de Janeiro, que tratava de questões LGBT. “O prefeito do Rio de Janeiro mandou recolher uma revista em quadrinhos que mostrava um beijo entre dois homens. O STF considerou ilegal a medida do prefeito”, recorda a Ong.
Confira a íntegra do relatório
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