O presidente Jair Bolsonaro recomendou a estudantes que o cercaram na manhã desta segunda-feira (30) que lessem e indicassem a uma professora livro de memórias escrito pelo primeiro militar reconhecido pela Justiça brasileira como torturador, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. Um aluno de um grupo que estava em frente a uma entrada do Palácio da Alvorada pediu ao presidente que mandasse um abraço pra ele. Bolsonaro questionou se a docente era de esquerda. O aluno respondeu que ela era petista.
“Fala para ela ler o livro ‘A verdade sufocada’ aí. Só ler. Depois ela tira as conclusões. Lá são fatos, não é blá, blá, blá de esquerdista, não”, disse o presidente. Ustra foi condenado em segunda instância pela Justiça por torturas praticadas quando comandava o Destacamento de Operações Informações (Doi-Codi), em São Paulo. O coronel já foi homenageado várias vezes pelo presidente, que se refere a ele como um “herói”.
Depois de conversar por cerca de cinco minutos com apoiadores, Bolsonaro se dirigiu aos jornalistas que o esperavam e afirmou que não conversaria com eles por terem “deturpado” seu discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). “Imprensa, gosto muito de vocês, mas tudo é deturpado. Quando vocês fizerem uma matéria real do que aconteceu lá na ONU, eu dou entrevista para vocês, tá ok? Um abraço aí”, declarou.
> Filho de Bolsonaro compartilha simulação de tortura postada por apoiador do #elenão