Em 19 de outubro de 2017, o deputado Eduardo Bolsonaro (então no PSC-SP) ainda não cultivava a barba que hoje ostenta. Muito menos era filho do presidente da República. Dizia que, assim como seu pai, não contava com o apoio de outros políticos, mas apenas do povo. De lá para cá, muita coisa mudou no país, a começar pela eleição de Jair Bolsonaro. O que não se alterou, porém, foi o discurso do deputado, agora no PSL.
Assim como demonstrou ao defender a volta do Ato Institucional 5 (AI-5) em entrevista divulgada ontem (quinta, 31), Eduardo já exaltava a ditadura militar na data acima citada. Ao receber o Prêmio Congresso em Foco por ter sido o deputado mais votado pela internet naquele ano, sua fala também foi reprovada por grande parte do público, que o vaiou.
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“Saúdo os militares de 64 por terem impedido a implementação de uma ditadura de esquerda em nosso país e, certamente, como todos nós aqui queremos combater a ditadura, me impressiono como nos tempos de hoje como alguns deputados podem apoiar hoje o regime da Venezuela e da Coreia do Norte”, afirmou. Foi vaiado por parte do público. Em seu pronunciamento, também defendeu a família brasileira, a derrubada do Estatuto do Desarmamento e seu pai. Discurso que ainda hoje repete. Concluiu sua com aquele que se tornaria o slogan do atual governo: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
O que também não mudou de lá para cá foi o compromisso do Congresso em Foco com a defesa da democracia. “A democracia é pré-condição para o exercício do jornalismo, e vice-versa”, costuma dizer o fundador deste site, o jornalista Sylvio Costa. Naquela mesma noite de premiação, ele foi muito aplaudido ao bradar, durante a apresentação da cerimônia: “Ditadura nunca mais”.
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“Se membros do Congresso fazem coisas erradas, que esses congressistas sejam punidos pelo Judiciário e pelo próprio Legislativo. Democracia envolve sempre risco de erros, mas a história mostra que nenhum desses erros é comparável à barbárie das ditaduras. Aqui esperamos que para sempre deixemos no Brasil no grito: ditadura nunca mais!”, disse.
> Veja a íntegra do discurso do Congresso em Foco e o posicionamento do Congresso em Foco