Primeira esposa do presidente Jair Bolsonaro e mãe de Flávio, Eduardo e Carlos, Rogéria Bolsonaro comprou um apartamento em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, em janeiro de 1996, quando ainda era casada com o então deputado federal. Segundo escritura pública da 21° Ofício de Notas do Rio obtida pelo jornal O Globo, o apartamento, no valor de R$ 95 mil (em valor da época) foi pago em dinheiro vivo. Hoje, o valor corrigido pela inflação seria equivalente a R$ 621,5 mil.
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Rogéria foi a primeira pessoa da família que Jair Bolsonaro levou para o mundo da política. Ela exerceu dois mandatos na Câmara de Vereadores do Rio. Casados em regime de comunhão parcial de bens, os dois se divorciaram entre 1997 e 1998.
Após quase 20 anos de afastamento da política, ela se apresenta agora como pré-candidata a uma cadeira na Câmara de Vereadores do Rio pelo partido Republicanos, o mesmo de Flávio e Carlos.
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O Globo revelou no fim de semana que, assim como a mãe, o senador Flávio Bolsonaro utilizou dinheiro em espécie para pagar conjunto de 12 salas comerciais na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, no ano de 2008, no valor de R$ 86,7 mil. Flávio afirmou em depoimento ao Ministério Público que teria pedido dinheiro ao pai, a um dos irmãos, sem citar nomes, e a Jorge Francisco, chefe de gabinete de Jair, quando era deputado federal.
O apartamento comprado por Rogéria é apontado com um imóvel em que a família já morava de aluguel. O escrevente registrou que o apartamento foi comprado “pelo preço certo e ajustado de R$ 95 mil integralmente recebido neste ato (…) através de moeda corrente devidamente conferida e, digo, corrente contada e achada certa e examinada pelos outorgantes (vendedores)”, segundo o jornal.
Os imóveis comprados por Flávio são alvo de investigação do MP do Rio que apontam para indícios de que o dinheiro tenha sido obtido pelo esquema de rachadinhas. Segundo os investigadores, o senador lavou R$ 2,27 milhões em aquisições imobiliárias. Flávio, no entanto, afirma que o patrimônio foi construído com recursos lícitos.
Em janeiro, a revista Época mostrou que em seus dois mandatos, a vereadora Rogéria Bolsonaro teve 66 assessores e, assim como o ex-marido e os filhos, também empregou diversas pessoas com algum grau de parentesco entre si. Ao longo dos oito anos na Câmara Municipal, oito pessoas de quatro famílias diferentes chegaram a ser nomeadas entre os funcionários de seu gabinete. Procurada, Rogério não se manifestou.
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