O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) negou nesta quinta-feira (25) que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tenha atuado por seus interesses. A Globo News e a Folha de S.Paulo divulgaram informações de que a Polícia Federal investiga suposta ação da Abin para beneficiar Flávio e seu irmão, Jair Renan Bolsonaro.
“É mentira que a Abin tenha me favorecido de alguma forma, em qualquer situação, durante meus 42 anos de vida”, diz nota do senador. “Isso é um completo absurdo e mais uma tentativa de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro.”
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Segundo a Folha, a PF investiga se a Abin agiu para dar informações a Flávio e Jair Renan sobre investigações criminais que estavam em andamento. As informações da GloboNews indicam que Flávio teria sido beneficiado com dados e provas no caso da suposta rachadinha em seu gabinete quando ele era deputado estadual no Rio de Janeiro.
“Minha vida foi virada do avesso por quase cinco anos e nada foi encontrado, sendo a investigação arquivada pelos tribunais superiores com teses tão somente jurídicas, conforme amplamente divulgado pela grande mídia”, diz Flávio em nota.
Apesar do que diz Flávio, o Ministério Público do Rio de Janeiro ainda tentava avançar com as investigações em novembro de 2023, com apresentações de recursos ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). O caso corre sob sigilo.
Durante o período investigado, a Abin era comandada pelo aliado de Bolsonaro e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). O ex-diretor da agência foi alvo de de busca e apreensão em operação da PF nesta quinta-feira (25).
A Operação Vigilância Aproximada apura um esquema de espionagem montado na Abin para monitorar, ilegalmente, autoridades públicas e cidadãos comuns. É uma continuação das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em outubro do ano passado.
“As provas obtidas a partir das diligências executadas pela Polícia Federal à época indicam que o grupo criminoso criou uma estrutura paralela na Abin e utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações” , diz a PF em nota. Ramagem afirmou que, por enquanto, não vai comentar a operação.