Samanta do Carmo
Os ex-secretários de saúde do Distrito Federal Rafael Barbosa e Elias Miziara, que atuaram durante o governo de Agnelo Queiroz (PT), foram presos na manhã desta terça-feira durante a Operação Conteiner, coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Distrito Federal.
De acordo com o MPDFT, a suspeita é que eles e outros servidores públicos tenham trabalhado para beneficiar a empresa Metalúrgica Valença e seu proprietário, o empresário Ronald de Carvalho, em licitações da Secretaria de Saúde. Os contratos sob suspeita envolvem entrega de materiais e montagem das Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s) e estabelecimentos semelhantes.
A Operação ocorre ao mesmo tempo em quatro estados, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Goiás e Minas Gerais. As medidas judiciais autorizadas pela 1ª Vara Criminal de Brasília. Ao todo, são cumpridos nove mandados de prisão preventiva e 44 mandados de busca e apreensão. As buscas contam com mais de 350 agentes, a Polícia Civil do DF empenhou aproximadamente 180 policiais nas ações em Brasília e enviou duas equipes ao Rio de Janeiro.
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Além dos ex-secretários de Saúde, também foram presos o ex-secretário adjunto de gestão da Secretaria de Saúde do DF, Fernando Araújo, o ex-subsecretário de saúde do DF, José Falcão, além de Edcler Carvalho, diretor comercial da empresa Kompazo, que vende produtos hospitalares, e Cláudio Haidamus.
A empresa Metalúrgica Valença também teria sido beneficiada em um pregão da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro. De acordo com a investigação do MPDFT e com depoimentos de colaboradores, a organização capitaneada pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral teria determinado, em 2009, o direcionamento do pregão para favorecer a Metalúrgica Valença e garantir pagamento de propina em favor do grupo.
PublicidadeUm ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro e outros empresários da área de produtos médicos/hospitalares também estão sendo investigados, entre eles Arthur Cézar de Menezes Soares Filho, conhecido como Rei Arthur, que já é considerado foragido.
O MPDFT afirma que o grupo planejou expandir o “projeto das UPAS” para todo o país e acertou o pagamento de R$1.000.000 em propina para cada unidade construída. Uma das bases de expansão da organização foi o Distrito Federal, onde ela começou a atuar por meio de venda de atas alteradas de registro de preços da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro. No DF, em valores atualizados, estima-se que as contratações suspeitas ultrapassam o montante de R$ 142 milhões.
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