A operação Cash Delivery, deflagrada na manhã desta sexta-feira (28) pela Polícia Federal (PF), cumpre mandados de busca e apreensão em endereços do ex-governador de Goiás e candidato ao Senado Marconi Perillo (PSDB). Jayme Rincon, que coordena a campanha de José Elinton – vice de Perillo e atual governador do estado que tenta a reeleição – foi preso na operação.
Não houve pedido de prisão para Perillo. O ex-governador não pode ser preso desde o dia 22 de setembro, por ser candidato nestas eleições. A lei eleitoral proíbe que postulantes a cargos eletivos sejam presos ou detidos 15 dias antes das eleições, a menos que sejam presos em flagrante.
A operação investiga pagamento de propina a agentes públicos em Goiás, incluindo o ex-governador. Os valores pagos indevidamente, segundo a investigação, ultrapassam os R$ 10 milhões.
Marconi Perillo teria pedido, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF), propina para favorecer a empreiteira Odebrecht. Ele teria recebido R$ 2 milhões em 2010 e R$ 10 milhões em 2014. Para o MPF, Perillo comandava o esquema e Jayme Rincon era seu braço direito.
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A PF cumpre 14 mandados de busca e apreensão e outros cinco de prisão temporária em Goiás e em São Paulo. As ações foram autorizadas pela 11ª Vara da Justiça Federal de Goiás.
A investigação passou à primeira instância da Justiça após Perillo renunciar ao governo de Goiás para concorrer a uma vaga no Senado. O caso tramitava no Superior Tribunal de Justiça (STJ) quando o então governador detinha foro privilegiado.
A operação tem como base as delações de ex-executivos da Odebrecht. Segundo a PF, empresários, agentes públicos e doleiros respondem por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Réu
No início do mês, o Congresso em Foco revelou que Perillo virou réu em outro processo envolvendo corrupção. A 8ª Vara Criminal de Goiânia aceitou uma denúncia contra o ex-governador em mesmo processo que envolve o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Marconi Perillo e Cachoeira viram réus por corrupção
Nesse caso, Perillo é acusado de receber propinas da Construtora Delta por favorecer contratos da empresa com o poder público. Também foram denunciados o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o ex-presidente do Conselho de Administração da Delta, Fernando Cavendish e o ex-diretor regional da empresa, Cláudio Abreu.
A denúncia foi apresentada em março de 2017. Perillo é acusado de receber, entre 2011 e 2012, o pagamento de vantagens indevidas pelos executivos em troca de garantir o incremento dos contratos mantidos pela Delta com os vários órgãos do Estado.