O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse nesta quinta-feira (19) que a Casa Legislativa vai questionar no Supremo Tribunal Federal a operação da Polícia Federal que fez busca e apreensão no gabinete do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).
“Lógico que o ministro deve ter seus argumentos, mas a gente vai questionar como instituição. A decisão da mesa e dos senadores é questionar como instituição, até porque se nós avaliarmos o papel do Senado Federal nos últimos meses em relação a independência e harmonia dos poderes, o Senado Federal tem demonstrado que quer isso, quer que as coisas aconteçam, respeita as instituições, mas vai se posicionar diante desse episódio e desse fato concreto”, disse Alcolumbre durante evento em Brasília.
A Polícia Federal cumpriu nesta quinta-feira mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao senador Fernando Bezerra e a seu filho, o deputado federal Fernando Coelho Filho (DEM-PE).
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Os gabinetes dos dois no Senado e na Câmara dos Deputados foram alvo de buscas. A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Barroso.
Em nota, a Polícia Federal confirma a deflagração da Operação Desintegração iniciada nesta quinta, com participação de 220 policiais, para cumprir 52 mandados, “com o propósito de desarticular um esquema criminoso de pagamentos de vantagens indevidas, por parte das empreiteiras, em favor de autoridades públicas”, diz a nota da PF sem citar nomes.
O presidente do Senado usou como argumento para questionar a apuração da PF o fato de que a Procuradoria Geral da União negar a necessidade de busca e apreensão.
Publicidade“Juridicamente os advogados do Senado estão avaliando qual remédio jurídico o Senado vai se utilizar para fazer defesa da instituição Senado Federal. O que aconteceu nessa decisão de um ministro do Supremo Tribunal Federal foi de uma investigação que aconteceu de 2012 a 2014, quando o senador Fernando não era senador, nem líder do governo, que teve a negativa da Procuradoria Geral da República”, disse o político do DEM.
O governo federal avalia se mantém o senador Fernando Bezerra como líder do governo no Senado Federal. Na manhã desta quinta-feira (19), o emedebista deixou o cargo à disposição em conversa com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
“Tomei a iniciativa de colocar à disposição o cargo de líder do governo para que o governo possa ao longo dos próximos dias fazer uma avaliação se não é o momento de fazer uma nova escolha ou não. Esse é um julgamento e juízo que será feito pelo presidente, pelo ministro chefe da Casa Civil e pelo ministro da Secretaria de Governo”, disse Bezerra a jornalistas.
Um assessor do Palácio do Planalto confirma que o presidente Jair Bolsonaro analisa o pedido de Bezerra para sair do cargo. “A situação ainda sendo avaliada. Nenhuma decisão”, afirmou.
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