A Justiça de Minas Gerais já bloqueou, em duas decisões, um total de R$ 11 bilhões da mineradora Vale após o rompimento da barragem Mina do Feijão, em Brumadinho (MG).
Os primeiros R$ 5 bilhões haviam sido bloqueados no último sábado (26), para fins de reparo ambiental, a pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Já neste domingo (27) outra decisão bloqueou mais R$ 5 bilhões, desta vez para garantir a reparação dos danos às pessoas atingidas. Pela mesma finalidade, mais R$ 1 bilhão foi bloqueado a pedido do governo de Minas Gerais.
A juíza Perla Brito determinou, ainda, que a Vale se responsabilize por acolhimento e abrigamento das vítimas, assim como de familiares delas, transporte de bens, pessoas e animais, alimentação e fornecimento de água potável “pelo tempo que se fizer necessário”.
Além destes bloqueios, a Vale foi multada pelo Ibama em R$ 250 milhões.
As autoridades haviam confirmado, até as 11h deste domingo, 37 mortos na tragédia, dos quais oito foram identificados. A Vale ainda contabiliza 256 desaparecidos. Outras 192 pessoas foram resgatadas com vida.
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Buscas interrompidas
Responsável pela barragem, a Vale informou ter acionado as sirenes por volta das 5h30, devido ao aumento dos níveis de água em outra barragem do complexo, a barragem VI (a barragem que colapsou na última sexta foi a barragem I).
Por precaução, os resgates foram interrompidos e os bombeiros alertaram os moradores da região, que foram levados para locais seguros. Diferentemente da barragem que se rompeu na última sexta (25), esta que ameaça romper é de água, e não de rejeitos de minério de ferro.