Roseann Kennedy*
A contagem é regressiva e deixa os integrantes das campanhas presidenciais com um olho do relógio e outro nos números das pesquisas de intenção de voto. E, na noite desta quinta, olhares e ouvidos atentos ao último debate dos presidenciáveis na TV Globo, nesse primeiro turno.
Será um momento importante, principalmente porque tem ocorrido um questionamento sobre a variação de número das pesquisas de intenção de voto e uma indefinição muito grande sobre haver ou não segundo turno.
A audiência é muito grande e o desempenho dos candidatos pode ser significativo na decisão de votos dos indecisos, por exemplo. Um detalhe que pode encerrar o pleito neste domingo ou prolongar um pouco mais a disputa.
O debate vai ser uma oportunidade para os eleitores tentarem identificar afinidades com as propostas e posturas dos presidenciáveis, já que ao longo dessa campanha foi difícil identificar o que cada um deles representava. Aliás, nem proposta concreta de programa de Governo foi possível analisar.
A campanha deste ano passou a maior parte do tempo pautada por troca de acusações e insultos. Os programas eleitorais tem viés publicitário e trazem pouco da realidade que o cidadão precisa avaliar para escolher a quem dar seu voto.
No debate é preciso se mostrar ao vivo, com emoções, reações, nervosismo, ansiedade. Não há como dizer: volta, vamos gravar de novo.
Então, sem sombra de dúvidas é mais difícil, porém é mais difícil para todos os participantes: Dilma Roussef (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSol).
Certamente a essa altura da campanha, depois de tantos acertos e erros, depois de terem avaliado seus desempenhos nos debates anteriores, cada um já tem em mente qual deve ser a postura adotada.
O que é de se esperar é que Dilma, favorita nas pesquisas de intenção de voto, não cometa erros. José Serra tente evitar confrontos, em especial com Marina Silva, por sonhar com o apoio dela em eventual segundo turno. A candidata verde se firme como via alternativa sem poupar críticas aos dois principais adversários. E que Plínio mantenha seu tom irônico e conquiste votos para sua legenda.
* Roseann Kennedy é comentarista política da rádio CBN. De segunda a sexta, escreve esta coluna para o Congresso em Foco
Leia também