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É a primeira vez que Tiririca fala sobre a eleição municipal em São Paulo desde que seu partido, o PR, pôs por terra as suas pretensões de disputar o Palácio do Anhangabaú para fechar poio ao candidato tucano José Serra na corrida à Prefeitura de São Paulo. Tiririca chegou a ser cogitado para a disputa e se autointitulava “prefeito do povão”, como este site mostrou em 29 de fevereiro.
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Para Tiririca, o raciocínio que vale para explicar o apoio de Maluf a Haddad vale também para justificar o fato de o PR, partido da base aliada de Dilma, ter decidido apoiar em São Paulo a candidatura de um dos principais ícones da oposição ao PT e ao governo, o tucano José Serra. “Mecânica política”.
Tiririca falou ao Congresso em Foco enquanto assistia à semifinal da Eurocopa no cafezinho da Câmara (a Espanha eliminou Portugal nos pênaltis). O deputado aprendeu que, no sistema político brasileiro, os partidos não precisam seguir nas eleições regionais as opções políticas que fazem nacionalmente. Aprendeu também que os candidatos nas disputas buscam de forma empenhada ampliar seu leque de apoios para aumentar os tempos de propaganda gratuita de rádio e TV e para ganhar os votos e as militâncias desses partidos. Assim, vai o PP de Paulo Maluf para a campanha petista de Fernando Haddad, enquanto vai o PR para a aliança tucana de José Serra.
O mais preparado
PublicidadeEnquanto torcia pela derrota da Espanha contra Portugal (“torço para Portugal desde menino”, explicou), Tiririca fez elogios a Serra, seu candidato em São Paulo. “Quando o líder do meu partido [na Câmara, Lincoln Portela, PR-MG] me chamou para falar sobre o apoio a Serra, eu concordei na hora. O cara é o mais preparado, o mais experiente, conhece São Paulo como ninguém. Você, como jornalista, me diga: quem desses candidatos é o mais preparado?”, quis saber o deputado, sem obter a resposta.
Sempre cumprimentado com entusiasmo pelos colegas, e com ares de pop star ao ser parado para fotos e autógrafos por visitantes nas dependências do Parlamento, Tiririca já fala como um parlamentar desenvolto, plenamente integrado à atividade congressual. E fez expressão de seriedade ao ser perguntado se uma aliança com uma figura como Paulo Maluf – que consta da lista de procurados da Interpol, a polícia internacional, e deu origem ao verbo “malufar”, devido às acusações de corrupção – não poderia macular a imagem de um político em início de trajetória. Como é o seu caso e o de Haddad, por sinal.
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“Maluf é um gênio”
Para Tiririca, não importa se um político “rouba, mas faz”, ou se recorre ao vale-tudo da política sem compromisso com a ética. Para Tiririca, segundo seu “aprendizado” diário com políticos no Congresso, o importante é a “genialidade” política na hora das urnas. “O povo não quer saber disso, não. Quer saber é se o cara é bom, se faz boa política. E Maluf, aqui pra nós, é um gênio. O cara sabe fazer política como ninguém. Veja o que ele já fez por São Paulo…”, sugeriu o deputado-ator, segundo a qualificação que consta da página oficial da Câmara.
Em outro trecho da entrevista, enquanto o zero a zero da disputa Portugal versus Espanha se encaminhava para o final do primeiro tempo (para o desespero do torcedor “lusitano”), Tiririca fez uma analogia entre sua carreira de décadas como “palhaço-cantor-ator” e o ofício desempenhado por Paulo Maluf e José Serra, dois dos mais experientes políticos brasileiros em atividade. O deputado disse que sua desenvoltura diante do respeitável público é a mesma com que os políticos paulistas conduzem seus mandatos. Ou seja, de maneira “eficiente”.
“Quantos mandatos o cara [Maluf] tem? Muitos. Ele está há muito tempo na política, sabe tudo. Se o cara [candidato] quiser ganhar, ele tem que se aliar com quem sabe fazer política, quem é mais experiente. Eu estou aqui [no Congresso] há pouco tempo, mas já entendi como é a prática da política, como funcionam as coisas aqui”, arrematou Tiririca, um dos mais assíduos da Câmara no ano passado, ao lado de Romário (PSB-RJ).
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