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A saída repentina do ministro da Pesca, Luiz Sérgio (PT), revelou o quão distante segue a relação da presidenta Dilma Rousseff com seu vice, Michel Temer (PMDB), e como tudo envolve a campanha paulistana deste ano. Temer soube pela televisão da nomeação do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) para o ministério, e mostrou-se inconformado com a situação, soltaram deputados na liderança do PMDB na Câmara. No salão verde, o líder Henrique Alves (RN) murmurava a tese de que “tem tudo a ver com a campanha em São Paulo”, para fortalecer Fernando Haddad, candidato do PT, de Lula e de Dilma. Como notório, Temer é o padrinho da candidatura do deputado Gabriel Chalita.
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Sonho antigo
Crivella sonhava ser ministro desde que Lula tomou posse, mas nunca foi consagrado, mesmo com o então vice-presidente José Alencar fazendo lobby forte.
Quase
O senador bateu na trave para ministro da Defesa. Já tinha o pleito do partido e ganhara o apoio formal do ministro Edison Lobão junto a Dilma, que preferiu Celso Amorim.
Ponte aérea
Vários fatores levaram Crivella a ministro. Com 20% das intenções de voto para a prefeitura do Rio, o cargo tira pretensão de eventual candidatura e ajuda o PMDB e PT locais. Em São Paulo, o PT amarra na campanha de Haddad a influência do ministro junto aos eleitores da Igreja Universal, da qual é bispo licenciado, e ganha apoio da TV Record.
Direto do salão
Sobre a volta de Luiz Sérgio para a Câmara, deputados acreditam que ele fará passagem-relâmpago pela Casa. Sua intenção é se candidatar à Prefeitura de Angra dos Reis (RJ), onde outro deputado, Fernando Jordão (PMDB), vai disputar.
Em tempo
Tanto Luiz Sérgio (PT) quanto Fernando Jordão (PMDB) já foram prefeitos de Angra, e são rivais ferrenhos na cidade.
Clientelismo
O PR recorreu à prática mais atrasada e chantagista para conquistar seu real objetivo. Lançar o deputado Tiririca a prefeito de São Paulo, a fim de prejudicar o candidato petista, para pressionar a presidente Dilma a nomear novo ministro dos Transportes.
Da arquibancada
Antes de enviar olheiros para os Jogos de 2016, o Ministério do Esporte, Aldo Rebelo, revelou: vai enviar observadores para a Eurocopa deste ano. Prioridade agora é a Copa.
Apito na mão
O ministro Aldo peita a Fifa e diz que ela terá de aceitar, na Lei Geral da Copa, a meia-entrada para os idosos nas quatro categorias de ingresso, e não apenas na mais barata (US$ 50). “Não tem o que discutir, temos a nossa lei”, afirma, lembrando o Estatuto do Idoso.
‘Luíza’
Piadinha que rolou no jantar dos 70 anos de Renato Rabelo, do PCdoB, na segunda em SP, onde houve um desfile suprapartidário de candidatos paulistanos: “Todos estão aqui, menos o Gabriel Chalita, que está no Canadá”, disse um deles. Chalita já voltou.
Data venia
Da ministra Eliana Calmon, durante audiência pública no Senado na terça, arrancando aplausos: “Sentença transitada em julgado neste país é substantivo abstrato”. Aliás, Calmon era a preferida de Dilma para a última vaga no STF. Não foi pela idade.
Disputa virtual
José Serra e José Aníbal duelam no Twitter com farpas indiretas. O melhor da prévia tucana em São Paulo. Coisa da democracia virtual.
Mundo cão
Uma aluna que sofria bullying em Brasília meteu a faca em dois colegas, na sala de aula. Mas a tragédia maior veio da diretora, em entrevista a uma rádio: “Isso é natural aqui”.
Beija-mão
Mal foi anunciado pelo porta-voz da Presidência ontem novo ministro da Pesca, o senador Marcelo Crivella se viu cercado de aliados e até de quem nunca o cumprimentava no Congresso. O gabinete ficou lotado de deputados e senadores toda a tarde.
Ponto Final
Já é 1º de março. E o ano começou a acabar.
Com Gilmar Correa e Hosa Freitas
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