Dados da pesquisa CNI/Ibope, divulgada hoje, mostram que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não seria reeleito caso enfrentasse o prefeito de São Paulo (SP), José Serra (PSDB), nas eleições. Se as eleições presidenciais fossem hoje, o prefeito de São Paulo terminaria o primeiro turno na frente, com 37% das intenções de voto contra 31% de Lula. O ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PMDB), que também consta da pesquisa, teria 11%, e a senadora Heloisa Helena (PSOL-AL), 4%. Votos brancos e nulos ficariam com 12%.
No segundo turno, a vitória de Serra seria confirmada por margem maior. Lula teria 35%, e Serra, 48%. Brancos e nulos ficariam com 12%, enquanto 4% não sabem ou não opinaram.
Em outubro, outra pesquisa do Ibope apontava empate técnico entre Serra e Lula (30% a 31%) no primeiro turno e vitória do tucano no segundo (44% a 38%). A pesquisa publicada em agosto também mostrava empate técnico entre Serra e Lula no primeiro turno (30% a 29%). No segundo turno, apontava a pesquisa, Serra teria 44% dos votos contra 35% de Lula.
A derrota de Lula só é possível, por enquanto, no quadro que coloca José Serra como seu adversário. O presidente venceria o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), com 32% das intenções de voto contra 20% do tucano. Garotinho teria 20%, Heloisa, 7%. Brancos e nulos teriam uma proporção um pouco maior – 15%, enquanto que os que não sabem ou não opinaram, 5%. No segundo turno, Lula teria 41%, Alckmin, 37%, brancos e nulos 17%. Não sabem ou não opinaram, 5%.
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Na terceira lista, Lula venceria com 33% dos votos, contra 11% de Garotinho, 11% do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB) e 9% de Heloisa Helena. Brancos e nulos teriam uma proporção ainda maior, de 18%. Não saberiam ou não opinaram, 6%. Em um segundo turno contra Aécio, Lula teria 43% dos votos. O tucano teria 29%, brancos e nulos, 21%, não sabem ou não opinaram, 7%. Se Garotinho fosse para o segundo turno, Lula venceria com 41%, contra 33% do ex-governador carioca. Brancos e nulos teriam 20%. Não sabem ou não opinaram, 6%.
O Ibope ouviu 2002 pessoas em 143 municípios brasileiros, entre os dias 3 e 7 de dezembro.
PublicidadeRepercussão da crise
Para 48% dos entrevistados na pesquisa CNI/Ibope de dezembro, a crise política vai afetar negativamente a economia. O índice excede em oito pontos o percentual anterior de 40% apurado em setembro. Naquele mês, 24% diziam que a economia não seria afetada pelas denúncias, índice que caiu para 17% em dezembro.
Sobre o impacto de uma eventual saída do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, 39% dos entrevistados disseram que o fato não representaria ameaça para a estabilidade da economia, enquanto 33% disseram que geraria desestabilização. Outros 28% não sabem ou não opinaram.
Cresce desaprovação a Lula
A desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu de 49% em setembro para 52% em dezembro, enquanto a aprovação caiu de 45% para 42%. A diferença contra o governo, que em setembro era de quatro pontos percentuais, passou para dez pontos percentuais. Não sabem ou não opinaram 6% dos entrevistados.
A pesquisa também mostrou que caiu a confiança no presidente da República. Em setembro, 44% confiavam em Lula, índice que caiu para 43% em dezembro. Não confiavam no presidente 51%, índice que subiu agora para 53%. Não sabem ou não opinaram 4%.
A avaliação do governo ficou com saldo negativo de três pontos, o mesmo índice da pesquisa de setembro. O percentual dos que consideram o governo ótimo ou bom ficou em 29%, o mesmo de setembro. Já o percentual dos que consideram o governo ruim ou péssimo ficou em 32%, também o mesmo de setembro, enquanto a avaliação regular subiu de 36% para 37%. Não sabem ou não opinaram 2%.
Também caiu o percentual dos entrevistados que consideram o governo de Lula melhor que o de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), mas o saldo continua melhor para o atual governo. Em setembro, 43% dos entrevistados consideravam o governo atual melhor que o anterior, índice que caiu para 39% na pesquisa de dezembro. Já o percentual dos que consideravam os dois governos iguais oscilou de 27% para 28%, enquanto os que consideravam o governo do PT pior que o dos tucanos subiu 27% para 30%. Não sabem ou não opinaram 3%.