Circulando descontraidamente entre diversos parlamentares que acompanharam na noite da última quarta-feira (5) a posse da nova diretoria da Frente Parlamentar Mista da Bioeconomia (FpBio), o deputado Antônio Brito (PSD) respondia aos colegas já sendo chamado como “presidente”, em cumprimentos que vinham desde o Salão Verde até o local do evento, no Salão Negro da Casa.
“É só um carinho dos colegas”, dizia ele, tentando amenizar a empolgação de seus aliados.
Brito, contudo, sabe que o que ele chama de carinho é, na verdade, um sinal de que ele tem se fortalecido na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados. O pleito, que ocorre em fevereiro do próximo ano, vai colocar na cadeira mais importante da Casa o sucessor de Arthur Lira (PP-AL).
Brito não é o candidato de Lira, que tem defendido entre os colegas parlamentares a candidatura do deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA). Ainda assim, tem conseguido aproximar adversários, e tem crescido na preferência entre os colegas que vão votar na eleição de fevereiro.
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“Eu fiquei feliz com as pesquisas que saíram. E tenho dito a todos os colegas que, se ganhar, não vou concorrer à reeleição!”, afirmou o deputado. Questionado se os colegas estavam confiando em sua promessa, afirmou: “Eu falo, eles não acreditam muito. Mas eu garanto. Se eu ganhar, não vou disputar a reeleição”.
Antonio Brito, líder do PSD, está há meses na campanha pela eleição na Câmara. Ele sabe, no entanto, que para ser eleito precisa também conversar bem com o Senado. E, durante os dias que está na Casa, é comumente visto cruzando entre os carpetes verde (Câmara) e azul (Senado), sempre acompanhado por um assessor.
Brito, que disputa o cargo pela primeira vez, tem entre seus cabos eleitorais Gilberto Kassab, presidente de seu partido. O próprio Kassab tem feito reuniões frequentes, tanto na Câmara quanto no Senado, para apresentar os “potenciais” do candidato, que já começa a incomodar Lira.
O candidato do atual presidente da Casa, Elmar Nascimento, confia no voto da bancada evangélica para se eleger. Kassab tem buscado ir além. O presidente do PSD tem mantido contatos com o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. O PL é hoje a maior bancada partidária da Câmara , e ainda não declarou voto a nenhum candidato. O PSD ainda tem mantido reuniões frequentes com PP e Republicanos.