O deputado Roberto Brant (PFL-MG) disse nesta quinta-feira que está “absolutamente certo de sua absolvição” no plenário da Câmara. O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara aprovou hoje, pela manhã, o relatório de Nelson Trad (PMDB-MS) que sugere a cassação do pefelista.
O placar da votação foi apertado: oito votos a sete. O voto de desempate foi dado pelo presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP). “Este resultado foi uma vitória. Não estou magoado com o presidente do Conselho, que deu o ‘voto de Minerva’. Estou tranqüilo, tenho a certeza de que serei absolvido no Plenário”, disse Brant. Apesar da confiança, o parlamentar reafirmou que pretende deixar a política este ano.
O deputado mineiro responde a processo no Conselho depois que as CPIs dos Correios e do Mensalão o acusaram de envolvimento no mensalão. De acordo com o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, operador do esquema, Brant teria recebido uma doação de R$ 102 mil de uma empresa mineira para o caixa dois de sua campanha à prefeitura de Belo Horizonte, em 2004.
Histórico dos votos
Ontem pela manhã, durante a reunião do Conselho em que o texto seria votado, o relator disse que o deputado Pedro Canedo (PP-GO) lhe relatou, por telefone, ter sido pressionado, pela cúpula de seu partido, a votar pela absolvição de Brant. A revelação causou rebuliço. A reunião foi suspensa e remarcada para a parte da tarde. Os parlamentares começaram a desconfiar que poderia haver um acordo entre PP e PFL.
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Retomados os trabalhos, Canedo chegou à reunião e mudou o discurso. Afirmou que recebera apenas uma sugestão de sua legenda para votar contra o relatório. No fim das contas, apoiou a cassação do pefelista.
Os integrantes do Conselho estavam divididos em relação ao parecer de Trad. Sete deles queriam a cassação de Brant e seis pediram a derrubada do relatório. Cabia ao deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) decidir o destino do pefelista. A tendência era a de que Fruet acompanhasse seu partido e votasse contra a cassação, o que empataria a disputa e, de quebra, reforçaria a hipótese de acordo.
Mas, na última hora, o tucano abriu mão de seu cargo na comissão. Disse que se sentia sobrecarregado com o trabalho no Conselho e na CPI dos Correios e foi substituído às pressas pelo colega de partido Jutahy Júnior (BA), que votou pela absolvição de Brant. A votação terminou empatada e o presidente do órgão, Ricardo Izar, teve de dar o voto decisivo. O petebista acompanhou o relator e pediu a cassação do pefelista.