Sylvio Costa e Renaro Cardozo
Vimos que o candidato majoritário mais rico da região Sul, Antonio Carlos Sontag, possui mais de R$ 500 mil. Falta dizer que o gosto por carros não é uma exclusividade dele. O advogado Nélson Carvalho Vasconcelos (PV-RS), candidato ao Senado, informa em sua declaração de bens que possui um automóvel Mazda MX-3 avaliado em R$ 360 mil.
Nélson, também lanterninha nas pesquisas, tem ainda um Ford Versalles 1993, um Mustang 1994 e um Xsara Picasso. Juntos, os quatro veículos valem R$ 498,7 mil, mais da metade do patrimônio de R$ 975 mil do candidato, que completará 61 anos no próximo dia 15.
Em número de automóveis, porém, ninguém ganha de Roberto Requião (PMDB), que tenta a reeleição no Paraná. Seis veículos são citados em sua declaração: um Alfa Romeu 1996, um Ford 1928, um Golf 2000, um Passat 1998, um Pegeot 1994/95 e um Santana 1991. A soma dos valores atribuídos aos carros dá R$ 186 mil.
O ex-senador, que coordena a campanha de Lula na região Sul, tem outro hábito curioso: guardar reais no cofre. Ele informa em sua declaração que possui R$ 250 mil em “moeda nacional”. O candidato fixou um teto de R$ 15 milhões para gastos de campanha.
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Nesse assunto, Requião, 65 anos, também é campeão. Ele e o governador Luiz Henrique, 66, empataram como os concorrentes que estabeleceram o mais elevado limite máximo de despesas eleitorais. Embora sejam do mesmo partido, tomaram rumos diferentes na campanha presidencial. O catarinense apóia a candidatura do tucano Geraldo Alckmin.
Nas eleições de 2002, Requião declarou possuir um patrimônio de R$ 654,9 mil. Desta vez, a soma dos seus bens atingiu R$ 1.406.541,14. Um crescimento de 113%.
Mais carros
Outro candidato com muitos automóveis é Valmir Batista (PDT-RS), que concorre ao Senado. Sua declaração inclui um Astra, um Picasso, um Fiesta e um Santana. Considerando os valores informados à Justiça eleitoral, os quatro automóveis valem R$ 142 mil.
Quarto mais rico entre os postulantes ao Senado ou ao governo estadual no Sul, o advogado Valmir, 52 anos, concentra seus bens em aplicações financeiras. Do seu patrimônio total de R$ 1.821.405,17, são quase R$ 900 mil em investimentos nos bancos do Brasil, Real e na Caixa Econômica Federal. O resto fica por conta de imóveis (R$ 665 mil), depósitos à vista em banco (R$ 45,5 mil) e da participação de 70% que detém no capital do seu escritório de advocacia.
Mas, voltemos aos carros. O senador Flávio Arns (PT), 55, rival de Requião e do também senador Osmar Dias (PDT) na sucessão paranaense, tem um patrimônio que não se destaca nem entre os maiores nem entre os menores: R$ 647.747,80. E, como outras, sua declaração de bens reserva bom espaço para os automóveis.
Arns declara possuir um Xsara Picasso 2003, um Honda Fit 1.4 modelo 2006 e um Santana 1997, que totalizam R$ 94,5 mil.
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), candidato à reeleição, declarou apenas um carro, mas não qualquer carro. Ele possui um BMW modelo 320 IA, avaliado em R$ 128 mil.
Na declaração de bens do ex-governador Espiridião Amin (PP), 68, que tenta voltar ao governo catarinense, aparecem um Citroen C3 2005, um Renault Scenic 2004, um Golf 2.0 2001 e um Jeepy Buggy A970. Os quatro veículos somam R$ 142,4 mil. Seu teto para despesas de campanha é de R$ 2,7 milhões.
Ainda em Santa Catarina, a deputada federal Luci Choinacki (PT), que concorre ao Senado, é outra que sucumbe ao ronco dos motores. Quase todo o seu modesto patrimônio, de R$ 87.547,48, está sobre quatro rodas: uma S10 2.8 Turbo, um Scort e um Fiat Uno, que totalizam R$ 85,03 mil. Ela fixou como limite de gastos R$ 1,41 milhão.