Candidato do MDB ao comando do Senado, Renan Calheiros (AL) acusou o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a orientar o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) a fazer uma “tentativa desesperada de golpe” com o objetivo de atrapalhar sua eleição. Mais cedo, como este site mostrou, Davi exonerou o secretário-geral da Mesa, Luiz Fernando Bandeira de Mello, e se escalou por meio de ato oficial para presidir a sessão plenária que escolherá o novo presidente.
Davi Alcolumbre se irritou com o ato publicado nesta sexta-feira pelo secretário-geral da Mesa que garantia ao senador José Maranhão (MDB-PB) – aliado de Renan e mais idoso do Senado, com 85 anos – o comando da sessão em que será definido o novo presidente da Casa. Tanto Maranhão quanto Bandeira de Mello são figuras próximas a Renan.
> Davi Alcolumbre vira pedra no sapato de Renan
Diante da ação do colega, Renan foi ao Twitter criticá-lo. E sobrou para Onyx, a quem o emedebista acusa de articular, nos bastidores, um movimento contra sua candidatura e pela renovação do comando institucional. “Atendendo orientação de Onyx, Alcolumbre se autoproclama presidente interino. Na prática, é uma tentativa desesperada de golpe nas instituições, substitui o STF como garantidor da Constituição”, fustigou Renan.
Atual terceiro-secretário do Senado, Davi Alcolumbre é um dos candidatos que se opõem a Renan na corrida pela presidência da Casa. Ele alega que, regimentalmente, deve presidir a sessão por ser o único integrante da Mesa Diretora anterior a continuar na Casa – os demais membros do colegiado não foram reeleitos. O ato do secretário-geral foi interpretado por Alcolumbre como uma manobra para favorecer Renan.
Atendendo orientação de Onyx, Alcolumbre se autoproclama presidente interino. Na prática, é uma tentativa desesperada de golpe nas instituições, substitui o STF como garantidor da Constituição.
— Renan Calheiros (@renancalheiros) 1 de fevereiro de 2019
Na tentativa de presidir a Casa pela quinta vez, Renan enfrenta a objeção de um grupo de senadores favoráveis à votação aberta e em dois turnos de escolha em plenário. Para esse grupo de parlamentares, que reúne nomes como Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Reguffe (sem partido-DF), também candidato à presidência, a declaração de voto vai constranger quem pretenda se posicionar em favor de Renan, devido à quantidade de denúncias de corrupção a que o senador alagoano responde.
Alheio às acusações, Renan conseguiu maioria na bancada do MDB e tirou de seu caminho a colega de partido Simone Tebet (MS). A senadora conseguiu cinco votos entre os pares, enquanto Renan obteve sete. Mais uma vez eleito senador, Jarbas Vasconcelos (PE) se ausentou da reunião da bancada e era um voto considerado a favor de Simone, que revelou uma mudança de voto de última hora em favor do adversário.