Deputados e senadores não têm correspondido à expectativa de seus eleitores. Segundo pesquisa Datafolha, a taxa de reprovação ao trabalho dos parlamentares cresceu seis pontos percentuais entre abril e junho. Isto é, o percentual da população que avalia o Congresso Nacional como ruim ou péssimo passou de 32% para 38%. Já o grupo que avalia o Congresso como bom ou ótimo caiu de 22% para 16% e o que considera razoável oscilou entre 41% e 42%.
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A pesquisa, que ouviu mais de dois mil brasileiros em 130 municípios e tem uma margem de erro de até dois pontos percentuais, ainda revelou que os congressistas são mais reprovados entre a população mais escolarizada e de renda mais elevada. A rejeição de 38% sobe para 47% entre os mais escolarizados e para 50% na faixa de renda familiar entre cinco e dez salários mínimos, enquanto varia entre 32% e 33% entre os que estudaram até o ensino fundamental e os que ganham até dois salários mínimos. O índice também sobe entre os homens, para 42%. Já entre as mulheres cai para 32%.
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Quando compara a avaliação dos parlamentares com avaliação do Governo Bolsonaro, o Datafolha conclui que os mais infelizes com o Congresso também estão descontentes com o Planalto. É que a reprovação aos parlamentares sobe para 49% entre os 33% população que consideram o atual governo ruim ou péssimo. Já entre os 33% que aprovam o governo Bolsonaro, o índice de reprovação do Congresso é de 29%.
Ainda assim, o percentual da população que avalia o trabalho dos parlamentares eleitos no ano passado como ruim ou péssimo ainda é menor que os índices de rejeição registrados na legislatura anterior. Para ter uma ideia, no último trimestre do ano passado, nos últimos três meses de mandato dos parlamentares eleitos em 2014, o índice de rejeição ao Congresso era dez pontos percentuais mais elevado: 48%. A taxa de bom ou ótimo, por sua vez, não era tão distante: 13%. Afinal, o grupo que avalia o Congresso apenas como razoável também cresceu e já representa 42% da população.
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Reforma da Previdência
A pesquisa do Datafolha foi divulgada nessa sexta-feira (12), quando os deputados se esforçavam para concluir o primeiro turno da reforma da Previdência. A avaliação da proposta de emenda à Constituição que muda as regras da aposentadoria brasileira, por sua vez, cresceu nos últimos três meses. Segundo o Datafolha, o índice de brasileiros adultos que apoiam a reforma subiu de 41% para 47% entre abril e julho. Com isso, a taxa dos que rejeitam a proposta caiu de 51% para 44%.
Ainda de acordo com o Datafolha, a reforma da Previdência é bem avaliada entre os homens (57%), a população mais rica (69%), os empresários (73%) e os apoiadores do governo Bolsonaro (75%). Porém, tem altos índices de rejeição entre as mulheres (50%), os nordestinos (55%) e os que reprovam o governo Bolsonaro (71%). A população mais jovem, entre 16 e 44 anos, também é crítica à proposta: 50% dessa faixa etária rejeita é contra a reforma, ante 38% do grupo entre 45 e 59 anos.
Decreto de armas
Outro tema polêmico que vem sendo tratado pelos congressistas também teve a popularidade avaliada pelo Datafolha. É o projeto do governo que visa alterar o Estatuto do Desarmamento para flexibilizar o porte e a posse de armas de fogo no Brasil. De acordo com o instituto de pesquisas, 66% dos brasileiros adultos avaliam que a posse de armas deve ser proibida. É o segundo índice mais alto da série histórica, atrás apenas do índice de novembro de 2013, de 68%.
O Datafolha explicou que o percentual dos que não concordam com a liberação da posse de armas de fogo vem crescendo há mais de dois anos: era de 55% em junho de 2017; 56%, em novembro do mesmo ano; 58%, em agosto de 2018; e 64%, em abril deste ano. O índice dos que defendem a posse de armas, portanto, vem caindo: passou de 43% em junho de 2017 para 31% neste ano.
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