A Presidência da República divulgou nota negando que o presidente Lula tenha dito, qualquer frase que pudesse ser entendida como uma ameaça à democracia, durante jantar na casa do ministro do Desenvolvimento Luiz Furlan, na sexta-feira.
A polêmica foi instalada após a publicação de reportagens falando sobre o evento que reuniu políticos e empresários. Durante o jantar, em resposta à pergunta de um empresário sobre por que o Brasil não conseguia crescer a um ritmo maior, como o da China, por exemplo, o presidente teria dito: "Aqui é mais complicado. A China é uma ditadura. Para fazer isso, só se eu fechasse o Congresso".
Segundo as reportagens, o clima de descontração não permitiu que a fala fosse entendida como ameaça, embora tivesse causado certa estranheza. Para evitar qualquer dúvida sobre sua defesa à democracia, Lula teria feito menção a uma famosa frase de Ulysses Guimarães: "O doutor Ulysses já dizia: ruim com os políticos, pior sem eles", falou o presidente.
Mesmo assim, para desfazer qualquer mal entendido que pudesse ser usado contra Lula, a assessoria da Presidência optou por fazer o esclarecimento.
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Leia abaixo a íntegra da nota.
"Diante de notícias publicadas em jornais de hoje relativas à postura do Presidente da República frente ao Congresso Nacional, cabe afirmar:
1. É falso que o presidente tenha, em qualquer momento, feito afirmação que pudesse ser entendida como uma ameaça ou hipótese de restrição ao livre, pleno e soberano funcionamento do Congresso Nacional;
2. A história de luta e compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a democracia e, por conseqüência, com a soberania e a independência dos poderes que constituem o regime democrático, é amplamente conhecida do povo brasileiro;
3. Ao longo de 44 meses de mandato, o presidente não só demonstrou absoluto respeito pela liberdade e soberania do Congresso como fez questão de prestigiá-lo e valorizá-lo com repetidos gestos de apreço;
4. Só o contexto eleitoral, com reiteradas tentativas de causar confusão e dificuldades para a expressão informada da vontade popular, explica a divulgação de pseudo-notícias como as que apareceram hoje."